Os investigadores também apuraram que os sobreviventes não hospitalizados de Covid-19 registavam uma probabilidade 20% mais elevada de necessitarem de cuidados médicos ambulatoriais durante esse período, relativamente a pessoas não infetadas, reporta um artigo publicado no site da BBC News.
De acordo com o novo estudo, baseado em dados clínicos de pacientes do sistema de saúde do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, quem sofreu da doença experienciou múltiplos problemas médicos a longo prazo.
Mais ainda, esses sintomas não se limitaram a maleitas pulmonares devido ao impacto do SARS-CoV-2 no trato respiratório, podendo ao invés afetar qualquer parte do organismo, desde neurológicos a cardiovasculares ou gastrointestinais, além de mal-estar, fadiga, dores musculares acentuadas e anemia.
Os ex-doentes apresentavam igualmente um risco superior de desenvolver problemas de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade e distúrbios do sono.
Devido à incidência da Covid-19, verificou-se ainda um aumento na toma de vários fármacos por esses pacientes: "incluindo analgésicos (opioides e não opioides), antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais e evidências de anormalidades laboratoriais em vários sistemas orgânicos", escreveram os cientistas no estudo, publicado na revista científica Nature.
"As manifestações clínicas agudas de COVID-19 são bem caracterizadas, no entanto, suas sequelas pós-agudas não foram descritas de forma abrangente", disseram os cientistas, liderados por Ziyad Al-Aly, chefe do serviço de pesquisa e desenvolvimento do Sistema de Saúde para Veteranos em St. Louis, no Missouri.
"Os resultados fornecem um roteiro para informar o planeamento do sistema de saúde e o desenvolvimento de estratégias de cuidados multidisciplinares para reduzir a perda cónica de saúde entre os sobreviventes da Covid-19", acrescentaram.