Apesar, de se tratar de um fenómeno raro, a verdade é que mesmo indivíduos que tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19, e por isso mesmo se encontram totalmente imunizados, podem desenvolver a forma mais grave da doença. Sendo que nesses casos as pessoas sofrem, aquilo que foi denominado em inglês como, uma infeção 'breakthrough' - ou seja, quando alguém é infetado mesmo tendo tomado a vacina contra uma determinada patologia.
Como tal, reporta um artigo publicado na revista Galileu, investigadores da Universidade de Oxford identificaram quais os grupos de pessoas que apresentam um maior risco de internamento hospitalar e de morte após receberem as duas doses das vacinas formuladas contra o novo coronavírus SARS-CoV-2.
Leia Também: Quatro fatores que aumentam risco de pessoas vacinadas contraírem Covid
Segundo um artigo científico divulgado no British Medical Journal, os investigadores analisaram os dados de mais de 6,9 milhões de adultos vacinados no Reino Unido, dos quais 5,2 milhões já haviam tomado as duas doses do imunizante.
Entre os voluntários, foram registadas aproximadamente duas mil mortes por Covid-19 e 1,9 mil internamentos, sendo que 81 óbitos e 71 hospitalizações sucederam 14 ou mais dias após a toma da segunda dose.
"Este amplo estudo nacional de mais de 5 milhões de pessoas vacinadas com duas doses em todo o Reino Unido determinou que uma pequena minoria de pessoas permanece em risco de hospitalização e morte pela Covid-19", conta o coautor Aziz Sheikh, professor de Pesquisa e Desenvolvimento de Cuidados Primários na Universidade de Edimburgo, num comunicado emitido à imprensa.
De acordo com a revista Galileu, ao terem em conta elementos como idade, género, etnia e historial de infeções pelo SARS-CoV-2, os investigadores concluíram que indivíduos imunossuprimidos que sofriam de VIH ou que haviam sido submetidos a um transplante de órgão ou medula óssea apresentam um risco superior de morrer por Covid-19 ou de necessitarem de internamento após estarem vacinados.
Adicionalmente, os cientistas detetaram que a propensão é igualmente mais elevada em pessoas que sofrem de doenças neurológicas, como demência e Parkinson, em residentes de lares de idosos e entre portadores de condições como Síndrome de Down.
Contudo, os investigadores de Oxford sublinham ainda que o risco de contrair a doença após a segunda dose da vacina também depende de fatores como exposição ao vírus e a taxa de transmissão viral.
Leia Também: Moderna com maior risco de miocardite em jovens adultos? EUA analisam