Segundo Maria João Oliveira, endocrinologista e porta-voz da Associação das Doenças da Tiroide (ADTI), estas disfunções "podem surgir devido a uma alteração na sua função — o hipotiroidismo ou hipertiroidismo, ou através de uma alteração na sua estrutura — bócio, nódulo(s) ou cancro".
A especialista explica num comunicado enviado às redações que o aparecimento do bócio resulta de um mau funcionamento da glândula e do aumento do volume da tiroide. Sendo que para a médica existe a possibilidade "de surgirem nódulos da tiroide, que apesar de serem menos prevalentes nas crianças do que na idade adulta, a possibilidade de um nódulo deste tipo na criança ser maligno é consideravelmente maior". O que faz com que seja fundamente reconhecer os principais sintomas, diagnóstico e tratamentos atempadamente.
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"A diferença entre o hipotiroidismo e o hipertiroidismo, é que no primeiro o metabolismo desacelera, devido a uma produção de hormonas insuficiente e no segundo, acontece o contrário. Porém, o hipotiroidismo continua a ser o mais frequente, tanto nos adultos como nas crianças, pois este pode ser diagnosticado logo à nascença através do teste do pezinho", pode ler-se no comunicado.
A causa mais frequente de hipotiroidismo é a doença autoimune da tiroide - o Tiroidite de Hashimoto ou autoimune crónica. Outras causas estão relacionadas com a radioterapia da cabeça e pescoço, a cirurgia ou uma malformação congénita e ainda com défice de iodo. Relativamente ao hipertiroidismo na infância é 10-20 vezes menos frequente que o hipotiroidismo e na maioria dos casos ocorre na adolescência, sobretudo em crianças com histórico familiar. Pode ainda surgir como consequência da doença de Graves - uma patologia autoimune.
Entre os principais sintomas destacam-se alterações do humor, irritabilidade, agitação, tremor, suores, intolerância ao calor, palpitações e diarreia.
Todavia, para o hipertiroidismo existe um medicamento capaz de diminuir a síntese de hormonas, embora seja uma condição mais complicado do que o hipotiroidismo, exigindo uma vigilância clínica constante através da realização de exames regulares.
Apesar destas disfunções "as crianças que sofram desta patologia da tiroide podem ter uma vida completamente normal, desde que sejam acompanhadas por um médico especialista e tomem a medicação prescrita regularmente", sublinha a endocrinologista.
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