A retinopatia diabética é uma das principais causas de perda grave de visão e de cegueira na população portuguesa, entre os 20 e os 70 anos, alerta a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
"Sendo várias as complicações provocadas pela diabetes, a retinopatia diabética é provavelmente aquela que os doentes mais temem", diz a SPO em comunicado. Isto porque, sendo uma doença que pode evoluir durante anos sem sintomas, cerca de 98% dos diabéticos tipo 1 e 50% dos de tipo 2 apresentam lesões oculares ao fim de 20 anos de doença.
A SPO é perentória: "Os doentes não devem, em momento algum esperar que surjam os sintomas para consultar o seu médico oftalmologista ou fazer o rastreio". "De facto, quando surgem os sintomas, já pode ser muito tarde para recuperar a visão perdida", afirma Rufino Silva, presidente da SPO, na mesma nota de imprensa.
O rastreio da retinopatia diabética está implementado a nível nacional e é fundamental para reduzir a perda de visão e a cegueira, associadas a esta patologia. Quando não há tratamento atempado, a retinopatia diabética pode terminar em cegueira irreversível e com elevados custos para o doente e para a sociedade em geral. Dados da SPO mostram que cerca de 95% dos casos a perda grave de visão e a cegueira que resultam da retinopatia diabética poderiam ter sido evitadas com uma prevenção correta, uma monitorização cuidadosa e um tratamento atempado.
Lilianne Duarte, membro da direção da SPO, sublinha que, "quanto mais cedo forem feitos os tratamentos necessários, melhor o prognóstico para a visão a longo prazo". "É importantíssimo fazer atempadamente os rastreios e as consultas de oftalmologia. E claro, se os diabéticos tiverem um bom controlo da diabetes e da pressão arterial e fizerem exercício físico o aparecimento da retinopatia diabética pode ser evitado ou mais tardio e sua progressão mais favorável."
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