A diabetes nas crianças é uma doença crónica cada vez mais comum. A sua incidência tem aumentado nos últimos anos e surgido em idades mais precoces. A diabetes tipo 1 é a forma mais frequente em crianças e surge porque o pâncreas não tem capacidade para produzir insulina, a hormona que controla o açúcar no sangue.
Esta é uma doença impossível de prevenir, mas detetar precocemente a diabetes infantil contribui para o seu rápido controlo, o que permitirá à criança manter uma vida igual à de todas as outras. Assim, os pais devem ficar atentos aos seguintes sinais:
1- Apetite e sede excessivos;
2- Urinar com muita frequência em grande quantidade;
3- Emagrecimento;
4- Cansaço.
Leia Também: A relação entre o fígado gordo e a diabetes
Em crianças muito pequenas, estes sintomas são difíceis de valorizar e podem manifestar-se, por, por exemplo, a criança voltar a usar fralda de noite.
Em caso de suspeita de diabetes, deve ser contactado o médico que acompanha a criança ou outro, em caso de indisponibilidade. Este confirmará os sintomas, examinará a criança e pedirá uma avaliação da glicemia em laboratório. Confirmado o diagnóstico, o acompanhamento deve ser feito por equipas multidisciplinares: médico, nutricionista, enfermeiro e psicólogo.
Controlo da diabetes na criança
A insulina, o exercício físico e a alimentação saudável são os pilares do tratamento da diabetes (tipo 1) na criança. A falta de controlo dos níveis de açúcar e o esquema inadequado de insulina impedem o equilíbrio metabólico e, nesse caso, a criança corre o risco de descompensação aguda, alterações do desenvolvimento e complicações a longo prazo (nos olhos, rins, coração e vasos sanguíneos).
A criança com diabetes deve:
1- Fazer a avaliação regular da glicemia diurna e noturna.
2- Proceder à avaliação nutricional dos alimentos ingeridos, nomeadamente com contagem dos hidratos de carbono.
3- Administrar insulina antes de todas as principais refeições, além da insulina basal (de ação prolongada ou intermédia).
4- Contabilizar os açúcares presentes nas bolachas e, entre outros, nos refrigerantes.
Leia Também: Vamos desmistificar a alimentação na diabetes?
Tal como outras crianças, deve:
1- Diminuir a ingestão de gorduras saturadas, como fritos, margarina e manteigas;
2- Incluir sempre vegetais e fruta nas principais refeições;
3- Praticar 60 minutos de exercício físico por dia.
Na escola:
A criança com diabetes necessita da gestão adequada da administração de insulina, da alimentação e da atividade física ao longo de todo o dia. Como muitas horas são passadas na escola, é fundamental envolver a comunidade escolar no tratamento. Assim, a direção da escola, o professor ou educador devem ter conhecimento de que a criança tem diabetes, saber como medir a glicemia, tratar a hipoglicemia e injetar insulina.
A equipa escolar deve também ajudar a criança a fazer a contagem de hidratos de carbono às refeições. Esta contagem consiste, de uma forma simplificada, na identificação dos alimentos que contêm este nutriente e sua contabilização.
Leia Também: Cardiologistas alertam: Diabetes é fator de risco para outra patologia
Ao longo do ano letivo existem muitos dias especiais, como aniversários ou visitas de estudo, eventos importantes para a integração, autoestima e bem-estar da criança com diabetes. É indispensável o planeamento destas atividades, tendo em conta o horário e tipo de refeições, de modo a ajustar os esquemas de insulina e de vigilância da glicemia. A estreita colaboração entre escola, pais e profissionais de saúde é fundamental para o controlo da diabetes na criança.
Leia Também: Qual a alimentação certa para a diabetes tipo 2? Nutricionista explica