Descoberta planta com mais de 300 milhões de anos na Univ. do Porto

Um investigador doutorado pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) descobriu uma planta primitiva com mais de 300 milhões de anos guardada nas coleções do herbário do Museu de História Natural e da Ciência.

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Lusa
01/02/2022 13:25 ‧ 01/02/2022 por Lusa

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Ciência

 

À agência Lusa, Pedro Correia, investigador e doutorado em Geociências pela FCUP, afirmou hoje que o estudo, publicado no jornal Historical Biology, descreve um fóssil de uma nova espécie de gimnospérmica [plantas vasculares que possuem sementes, mas se diferenciam por não possuir fruto].

O fóssil estava "escondido e esquecido" nas coleções do herbário do Museu da História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) há mais de 100 anos "sem nunca ter sido estudado".

"Este novo fóssil de planta primitiva das modernas gimnospérmicas tem cerca de 303 milhões de anos e revela as primeiras evidências morfológicas de uma adaptação evolutiva aos ambientes em mudança que ocorreram na Bacia Carbonífera do Douro, quando esta região era tropical no tempo em que o supercontinente Pangeia se estava a formar", esclareceu.

A espécie, até então desconhecida, foi batizada de Lesleya ceriacoi sp.nov, em homenagem a Luis Ceríaco, curador chefe e responsável pelas coleções do MHNC-UP.

"A Lesleya ceriacoi sp. nov. representa a primeira evidência morfológica de uma adaptação evolutiva às mudanças ambientais e climáticas em ambientes intramontanhosos nas regiões tropicais do Pangeia no final do Paleozoico", afirmou o investigador.

A descoberta paleontológica representa uma "importante contribuição para o conhecimento e compreensão do grupo de plantas adaptadas ao clima seco, que ainda é pouco conhecido para os ecossistemas terrestres paleozoicos".

"Este artigo é fundamental para compreender as adaptações das plantas às mudanças climáticas e a evolução das composições florísticas residentes que ocorreram na Península Ibérica durante os tempos Carbonífero e Pérmico", disse.

Segundo Pedro Correia, o estudo fornecerá "informações únicas" sobre como a natureza se adapta ao clima mais quente e seco, podendo ajudar a "caracterizar o futuro da Península Ibérica".

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