Estudo associa resistência à vacina da Covid-19 a traumas de infância
Hesitação em tomar a vacina é três vezes maior em adultos que viveram experiências traumáticas em criança.
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"Embora as inter-relações entre a confiança nos órgãos públicos e o cumprimento das orientações tenham vindo a ser estudadas, tem sido dada muito menos atenção a fatores relacionados com a vida e experiência dos indivíduos que podem contribuir para uma menor confiança nos sistemas de saúde e estaduais e a rejeição potencial de regulamentações e intervenções médicas associadas", explica um novo estudo publicado no jornal científico BMJ Open.
Apesar da extrema importância da vacinação contra a Covid-19, muitas pessoas ainda se recusam a ser imunizadas, e tal pode dever-se em parte a vivências traumáticas da infância.
Realizada por investigadores da Universidade de Bangor, no País de Gales, a pesquisa destaca que o medo de se vacinar é três vezes mais frequente em indivíduos que sofreram quatro ou mais tipos de trauma infantil, comparativamente a quem não viveu nenhuma situação do género.
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No decorrer do estudo, foram entrevistados via telefone mais de 6,7 mil adultos, entre dezembro de 2020 e março de 2021. Porém, os investigadores tiveram somente em conta as respostas de 2,2 mil pessoas que preencheram os critérios de elegibilidade.
As questões colocadas aos voluntários abordavam abuso físico, verbal e sexual; separação dos pais, exposição à violência doméstica, coabitar com um membro da família com alguma doença mental, uso indevido de álcool e/ou drogas, ou ter um familiar que estava preso.
Ora, os investigadores notaram que a hesitação em se vacinar foi de 38% entre adultos de 18 a 29 anos de idade com quatro ou mais experiências traumáticas quando crianças, sugerindo que a negação vacinal é mais prevalente nos mais jovens com mais traumas. Sendo que apenas 3,5% dos adultos com mais de 70 anos e sem problemas na infância temiam ser imunizados.
Adicionalmente, foi determinado que pessoas com mais traumas confiavam menos nas informações oficiais do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido - e opunham-se a medidas preventivas da pandemia de Covid-19 impostas pelo governo, como o uso de máscaras ou distanciamento social.
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