Projeto português permite detetar doença de Alzheimer numa fase precoce

A investigação foi liderada pela Escola Superior de Biotecnologia da Católica, no Porto.

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Notícias ao Minuto
10/02/2022 13:10 ‧ 10/02/2022 por Notícias ao Minuto

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Doenças neurológicas incapacitantes

Um projeto de investigação liderado pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no Porto, no domínio da Inteligência Artificial, pode vir a revolucionar o diagnóstico da doença de Alzheimer, mesmo quando ainda não existem sintomas.

A tecnologia Neuro SDR foi testada em 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João, no Porto. "Criámos um algoritmo que utiliza como fonte de informação 19 elétrodos que captam tensões elétricas que, num adulto, variam entre 30 e 50 milivolts, num espaço temporal de 30 e 45 minutos", explica. Pedro Miguel Rodrigues, investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia (CBQF/ESB/UCP) da Católica no Porto. Os elétrodos estão numa touca que é colocada pelo médico ao utente. Essa touca está ligada a uma interface que pode ser acedida através de computador, que capta a informação e no espaço de cerca de cinco segundos a torna visível no ecrã.  

Desenvolvido em colaboração com o Hospital de São João, no Porto, as faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Bragança, este projeto surge num contexto em que a Organização Mundial da Saúde estima que existam 35,6 milhões de pessoas com doença de Alzheimer no mundo, sendo que o número tende a duplicar até 2030 e a triplicar até 2050. 

"Um diagnóstico precoce abre portas para melhores resultados ao nível das terapias, mas também constitui um poderoso auxiliar em questões relacionadas com a salvaguarda da integridade pessoal e financeira dos portadores de Alzheimer, assim como em assuntos relacionados com profissões de risco e cartas de condução, por exemplo", destaca Pedro Miguel Rodrigues.

Este projeto conta com mais de seis anos de desenvolvimento, permitindo contornar a deteção desta patologia, aperfeiçoar algoritmos e desvendar o desenvolvimento da doença em diagnósticos primeiramente inconclusivos. "A solução criada incorpora um algoritmo de inteligência artificial com uma capacidade de precisão de diagnóstico a rondar os 98% para casos assintomáticos e/ou precoces da doença. E, por conseguinte, estamos numa fase em que precisamos de parceiros para conseguirmos que o protótipo saia do laboratório e possa ser disponibilizado em larga escala", remata o investigador.

[Notícia atualizada às 13h15]

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