Estima-se que 600 mil portugueses têm incontinência urinária mas só uma parte procura ajuda médica. Esta situação tem habitualmente um impacto negativo na qualidade de vida mas é importante reforçar que existem tratamentos. O importante é procurar ajuda médica atempada.

O que é incontinência urinária?

A incontinência urinária é o termo médico usado para definir a perda involuntária de urina. É um problema urológico muito comum, que afeta mais frequentemente as mulheres pela sua fisiologia pélvica.

Tem como principais causas um enfraquecimento muscular, esfincteriano ou do pavimento pélvico ou patologia relacionada com a própria bexiga, como a hiperatividade.

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Existem tratamentos assim como algumas modificações no estilo de vida que podem ajudar a reduzir ou até mesmo parar totalmente as perdas de urina, melhorando significativamente a sua qualidade de vida.

Quais são os sintomas da incontinência?

Existem diferentes tipos de incontinência. Os três tipos mais comuns são:

Incontinência de esforço – Associa-se habitualmente a esforços físicos. A perda de urina está associada a tosse, espirros, riso ou quando se faz algum exercício.  É mais comum em mulheres, especialmente aquelas que já tiveram filhos.

Incontinência de urgência – Associa-se habitualmente a contrações não controladas da bexiga. O doente sente uma forte necessidade de urinar repentinamente. Muitas vezes, o impulso é tão forte que não é possível chegar à casa de banho a tempo.

Incontinência mista – Ocorre quando existem sintomas de incontinência de esforço e de urgência.

Dr. Rui Prisco© DR

Existe algo que eu possa fazer para me sentir melhor?

Sim, pode seguir alguns passos que podem ajudar a reduzir as perdas de urina:

- Reduza a quantidade de líquidos ingeridos, especialmente horas antes de dormir.

- Reduza alimentos ou bebidas que piorem os seus sintomas: álcool, cafeína, alimentos condimentados ou ácidos.

- Promova um trânsito intestinal regular, com uma alimentação cuidada.

- Em caso de excesso de peso, deve perder peso.

- Caso tenha diabetes, mantenha o seu nível de açúcar no sangue o mais próximo possível da sua meta.

- Caso tome medicamentos chamados diuréticos, tente tomá-los quando souber que ficará perto de uma casa de banho durante algumas horas.

Além destas modificações no seu estilo de vida, também existem técnicas que podem ajudar a melhorar o controlo da bexiga:

- Reeducação da bexiga - Vá à casa de banho em horários programados. Por exemplo, poderá ir à casa de banho de hora a hora, mesmo que não sinta vontade, ou por contrário ter que “aguentar” até que chegue a hora estabelecida caso sinta vontade mais cedo. Vá aumentando aos poucos a quantidade de tempo entre visitas à casa de banho e assim poderá reeducar a sua bexiga de forma a conseguir estar mais tempo sem ter que ir à casa de banho.

- Exercícios para os músculos pélvicos – Os exercícios para os músculos pélvicos fortalecem os músculos que controlam o fluxo de urina. A fisioterapia tem aqui um importante papel no fortalecimento do pavimento pélvico pelo que devo aconselhar-se com o seu médico.

Devo consultar o meu médico?

Sim.  E é importante procurar ajuda quando surgem os primeiros sintomas. O médico irá avaliar a causa da sua incontinência e sugerir o tratamento mais adequado, com o objetivo de devolver a qualidade de vida.   

Como é tratada a incontinência?

Para além das modificações do estilo de vida já descritas, as opções de tratamento variam de acordo com o tipo de incontinência. Algumas das opções incluem: medicamentos para relaxar a bexiga; cirurgias para reparar os tecidos que sustentam a bexiga ou para melhorar o fluxo de urina; e estimulação elétrica de nervos que relaxam a bexiga.

Muitas pessoas com incontinência podem recuperar o controlo da bexiga ou pelo menos reduzir a quantidade de perdas de urina que têm. O mais importante é falar com o seu médico e, juntos, encontrarem a melhor solução para cada caso em particular.  

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