Distinguidos dois novos restaurantes com três estrelas Michelin em França
O Guia Michelin França distingue, na edição deste ano, dois novos restaurantes com três estrelas, um dos quais uma entrada direta para esta classificação máxima, foi esta terça-feira anunciado em Cognac.
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Os dois novos estabelecimentos com a distinção máxima ('cozinha de nível excecional, justifica a viagem') são 'La Villa Madie', do chef Dimitri Droisneau, em Cassis, e 'Plénitude - Cheval Blanc Paris', do chef Arnaud Donckele, inaugurado em setembro do ano passado e que entrou diretamente para o 'guia vermelho' francês.
Arnaud Donckele tinha já conquistado a classificação máxima no seu restaurante 'Cheval Blanc' em Saint-Tropez, desde 2013. As novidades da edição de 2022 do Guia Michelin França, a que se juntam seis novas distinções com duas estrelas ('cozinha excelente, vale a pena o desvio') e 41 com uma estrela ('cozinha de grande nível, compensa parar'), foram anunciadas hoje numa cerimónia em Cognac, cidade que acolheu a primeira gala realizada fora da capital francesa.
"Quando cheguei a Paris, senti-me muito humilde. Não pensei que conseguisse fazer isto tão depressa", desabafou Arnaud Donckele, a propósito da conquista "de uma só vez" das três estrelas para o seu restaurante parisiense, um "feito", segundo o Guia Michelin. "Dentro do lendário edifício Samaritaine, o chefe Arnaud Donckele cria pratos virtuosos, revelando todas as qualidades deste artesão e engenhoso mestre criador de molhos. À mesa, a alma da cozinha francesa não é apenas convocada e exaltada, mas invertida, porque os molhos, os 'stocks' e as vinagretas, não só servem como aglutinantes, como também ocupam um lugar de destaque na ementa e em cada prato", indica o guia, que compara o cozinheiro a um "perfumista ou alquimista".
No 'La Villa Madie', a cozinha é "uma ode ao Mediterrâneo", destaca o guia, que acrescenta: "Nos pratos, as influências da costa sul e da região interior desdobram-se em ofertas finamente esculpidas. As combinações gustativas são impressionantes, subtis e apresentam tanto os elementos do mar como os das ervas e plantas selvagens colhidas na zona circundante". Dimitri Droisneau, muito emocionado, destacou o apoio da equipa, enquanto a sua mulher, Marielle Droisneau, recordou que o casal se apaixonou pelo espaço, há nove anos: "É mágico", comentou.
Foram ainda anunciados seis novos estabelecimentos com a 'estrela verde', que distingue a sustentabilidade da cozinha. No total, são agora 87 espaços com esta classificação, que é atribuída há três anos. Na edição do ano passado, o Guia Michelin França tinha 30 restaurantes com três estrelas, 74 restaurantes com duas e 534 restaurantes com uma.
Este ano, perde as três estrelas Michelin o restaurante 'Alain Ducasse au Plaza Athénée', Paris, por ter encerrado em maio de 2021. Assim, no total, o guia de 2022 contempla o total de 31 restaurantes com a classificação máxima (dois novos), 74 com duas estrelas (seis novos) e 522 com uma (41 novos).
Quanto à classificação 'Bib Gourmand' (boa relação qualidade/preço), há 33 novos espaços, somando um total de 449.
A gala de hoje, no Teatro de Cognac, ficou também marcada por um regresso à normalidade pós-pandemia de covid-19, com o público sem máscaras, já que o seu uso em espaços fechados deixou de ser obrigatório em França. No início da gala, a guerra na Ucrânia foi evocada, com os responsáveis a assinalar "a situação difícil que se vive numa parte da Europa" e a garantir que o Guia Michelin está "de coração" com a Ucrânia.
O Guia Michelin anunciou recentemente a sua saída da Rússia, deixando de recomendar restaurantes naquele país, na sequência da invasão da Ucrânia. Durante a cerimónia, o diretor internacional do Guia Michelin, Gwendal Poullennec, destacou o impacto da pandemia na restauração, "com efeitos a médio e longo prazo que ainda são difíceis de avaliar", e salientou as soluções que os chefes desenvolveram nos últimos dois anos para "manter a ligação com os clientes, fornecedores e equipas". "Os inspetores conseguiram sentir o vosso empenho em agradar aos clientes", disse.
Gwendal Poullennec comentou ainda que "poucas mulheres fazem parte da seleção deste ano", mas mostrou-se confiante de que "as mudanças profundas que os chefes têm operado nos seus estabelecimentos vão alterar" esta realidade.
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