Os distúrbios alimentares são uns dos principais transtornos mentais no mundo. Segundo a ANAD (National Association of Anorexia Nervosa and Associated Disorders), pelo menos 9% da população mundial é afetada por esta condição. E, acontrário do que possa pensar, o médico dentista assume, muitas vezes, um papel determinante no diagnóstico e identificação de distúrbios alimentos nos pacientes.
Existem diferentes tipos de perturbações alimentares. Em comunicado, o Instituto de Implantologia destaca três como as mais relevantes: a anorexia nervosa, a bulimia nervosa e o transtorno da compulsão alimentar. Mas, qual a relação entre estes distúrbios e a saúde oral? Analisemos o caso da bulimia. "Esta é, na verdade, uma das doenças com maior impacto na cavidade oral e também a nível sistémico", começa por explicar. E acrescenta: "Na bulimia, os pacientes ingerem grandes quantidades de comida, eliminando de seguida as calorias através por exemplo de exercício físico, produtos diuréticos ou pela regurgitação (vómito)". "A existência frequente deste fluxo (vómito) na cavidade oral pode resultar num severo dano ao nível dos dentes, ao qual denominamos como erosão dentária."
Isto acontece devido ao PH do estômago, que é bastante mais ácido. Como a saliva não tem o tempo necessário para controlar este ambiente, vão surgindo lesões nos dentes.
Assim, os tecidos dentários acabam por ser afetados e, aos poucos, os pacientes começam a sentir efeitos colaterais na sua saúde oral, como a sensibilidade dentária aumentada. "A longo prazo vai mesmo acabar por danificar a estrutura dos dentes", alerta o Instituto de Implantologia.
Por isso, "recomendamos sempre aos pacientes que após um episódio deste género, isto é, de um estímulo de ácido, não escove imediatamente os dentes após o mesmo". Deve sim bochechar com água ou com um elixir.
Eis alguns sinais de alertas a que, sobretudo, os pais devem estar atentos:
- Idas frequentes à casa de banho após as refeições;
- Cicatrizes ou calos nos dedos (provocados pela indução do vómito na boca e que depois provocam lesões no céu da boca);
- Preocupações constantes relacionadas com o número de calorias ingeridas;
- Prática exagerada de exercício físico;
- Oscilações de peso;
- Isolamento social.
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