Monkeypox. Infeção pode durar mais tempo do que julgávamos, sugere estudo

Um grupo de investigadores do Reino Unido explica.

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Notícias ao Minuto
30/05/2022 08:25 ‧ 30/05/2022 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Monkeypox

Um grupo de cientistas da Escola Superior de Medicina Tropical de Liverpool, no Reino Unido, afirma que os indivíduos com sintomas graves de Monkeypox, uma doença viral rara semelhante à varíola, podem continuar infetados durante um período que pode chegar às 10 semanas.

Esta investigação, publicada na revista científica The Lancet Infectious Diseases, teve por base a análise de sete casos registados no Reino Unido entre 2018 e 2021. Entre estes doentes, os cientistas encontraram um indivíduos que testou positivo para a doença mais de 70 dias depois de apresentar os primeiros sintomas. O homem, com cerca de 40 anos, terá sido infectado na Nigéria e posteriormente hospitalizado no Reino Unido durante 39 dias.

No entanto, seis semanas após a alta médicas, as lesões ulcerativas voltaram a manifestar-se quando o homem teve relações sexuais. Os investigadores relatam que o individuo também apresenta os gânglios linfáticos inchados. Perante as suspeitas, foi feito um novo teste que comprovou que o homem continuava infetado. Porém, os autores do estudo indicam que o normal é que o vírus desapareça em quatro semanas.

Recorde-se que o vírus Monkeypox foi descoberto pela primeira vez em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para investigação, refere o portal do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

O primeiro caso humano de infeção com o vírus Monkeypox foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África Central e Ocidental reportaram casos.

Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina vaccinia (VIG) podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox.

Sinais de alerta

Os indivíduos que apresentem lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, devem procurar aconselhamento clínico. A doença pode evoluir para broncopneumonia, sépsis ou encefalite, ou à infeção da córnea que pode conduzir à perda de visão. Com menos frequência, pode até levar à morte.

A Organização Mundial de Saúde refere que o período de incubação do vírus é geralmente de seis a 13 dias. Porém, os sintomas podem manifestar-se até 21 dias depois da infeção pelo vírus.

Se notar sintomas suspeitos, deve abster-se de contatos físicos diretos, recomenda a Direção-Geral da Saúde (DGS). Isto porque, a doença é transmissível através de contacto com animais, como macacos e roedores (incluindo aqueles que são mantidos como animais de estimação) e que podem ser portadores de Monkeypox. É também transmitida através de contacto próximo com pessoas infetadas ou com materiais contaminados, como roupa. Contudo, "habitualmente, não se dissemina facilmente entre os seres humanos", ressalva a DGS.

Leia Também: OMS diz que surto "invulgar" de Monkeypox não deve preocupar população

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