O metilfenidato (vulgarmente designado por ritalina) e outros medicamentos usados no tratamento de casos de perturbação de hiperatividade e défice de atenção demonstraram potencial para aliviar os sintomas da demência, concluíram investigadores das universidades de Cambridge, do London College e do Imperial College London, no Reino Unido, que fizeram uma revisão de 19 estudos.
Depois de analisarem os dados de cerca de dois mil doentes entre os 65 e 80 anos, os cientistas descobriram que os indivíduos apresentavam uma melhoria "pequena, mas significativa" na cognição, memória, fluência verbal e linguagem. Também notaram uma diminuição considerável da apatia, um sintoma comum em idosos com Alzheimer.
Segundo o estudo, publicado na revista científica Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, estes fármacos lidam com a noradrenalina, uma substância ligada a uma rede de neurónios que é imprescindível nos processos cognitivos.
Todavia, a responsável pelo instituto de pesquisa de Alzheimer do Reino Unido, Rosa Sancho, alerta: "Não sabemos se os benefícios são maiores do que os riscos". Os principais efeitos secundários destes medicamento são a perda de apetite e dificuldades para dormir, mas também podem incluir taquicardia e pressão alta.
Demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento e também não há uma forma definitiva de prevenir a demência.
Recorde-se que a Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões. A doença de Alzheimer representa cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência.
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