Não são só lesões na pele. Monkeypox poderá ter outro (terrível) efeito

A descoberta foi feita após um grupo de quatro especialistas em cardiologia acompanharem o caso de um indivíduo de 31 anos infetado com a doença, que chegou ao hospital com dores no peito.

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Notícias ao Minuto
05/09/2022 07:44 ‧ 05/09/2022 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Monkeypox

Um estudo de caso feito por cardiologistas do Hospital Central da Universidade de São João, no Porto, identificou uma relação entre a Monkeypox e o desenvolvimento de miocardite aguda,  uma inflamação do músculo cardíaco.

Segundo o estudo, publicado na revista JACC: Case Reports, quatro especialistas em cardiologia acompanharam um indivíduo de 31 anos que foi diagnosticado com Monkeypox no Hospital Central da Universidade de São João. O homem queixava-se de mal-estar há já cinco dias. Mais tarde, o doente regressou ao hospital com dores no peito que irradiavam para o braço esquerdo.

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Além das pústulas no corpo, o homem apresentava sintomas de miocardite aguda e síndrome coronária aguda. O doente foi internado e submetido a exames para avaliar a condição.

O ecocardiograma demonstrou anomalias e os exames laboratoriais revelaram níveis elevados de proteína C reativa, além de creatina fosfoquinase, troponina e peptídeo natriurético cerebral, que aumentam ou surgem quando há lesão por stress no coração.

Por fim, os especialistas submeteram o doente a uma ressonância magnética cardíaca, que revelou uma inflamação do miocárdio e diagnóstico de miocardite aguda. "A miocardite viral é frequentemente presumida quando acompanhada de um quadro clínico de doença febril, mialgias e mal-estar, seguido de início rápido de sintomas cardíacos", explica Ana Isabel Pinho, uma das médicas que analisou o caso e principal autora do estudo.

A especialista alerta ainda que este tipo de miocardite pode desenvolver um quadro ainda mais complexo. "O prognóstico depende do estágio da doença, variando desde miocardite aguda que se resolve em semanas ou pode evoluir para uma disfunção cardíaca persistente."

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Recorde-se que, tendo em conta a extensão do surto a mais de 70 países, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos uma emergência global. Apesar da falta de consenso entre os membros do comité de emergência, a decisão foi anunciada a 23 de julho pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. 

O número de casos confirmados de infeção pelo vírus Monkeypox em Portugal subiu para 871, mais 25 do que o total registado na última semana, anunciou na passada quinta-feira, 1 de setembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O que fazer se apresentar sintomas de Monkeypox:

A DGS recomenda que quem apresente lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, procure aconselhamento médico e evite o contacto próximo com os outros. É ainda recomendada a higienização das mãos com regularidade.

O vírus Monkeypox foi descoberto, pela primeira vez, em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para investigação, refere o portal do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).

O primeiro caso humano de infeção foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África Central e Ocidental reportaram casos.

Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina vaccinia podem ser usados como prevenção e tratamento. O tempo de incubação é, geralmente, de sete a 14 dias, e a doença, endémica na África Ocidental e Central, dura, em média, duas a quatro semanas.

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