A vitamina do sol parece conferir proteção contra a demência, um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Segundo um estudo recente, realizado por investigadores da University of South Australia, 17% dos casos de demência podiam ser evitados em certas populações ao aumentar os níveis de vitamina D.
O estudo, publicado na American Journal of Clinical Nutrition, demonstra uma relação direta entre a demência e a falta de vitamina D. Além de referir que a baixa concentração de vitamina D está associada a um menor volume cerebral e a um maior risco de demência e AVC, o estudo salienta análises genéticas que corroboram uma causalidade entre insuficiência de vitamina D e demência.
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Os investigadores referem concretamente que, em certas populações, até 17% dos casos de demência podiam ser evitados, simplesmente aumentando a vitamina D no sangue das pessoas para 50 nmol/l, que é o valor considerado normal.
A demência é uma doença potencialmente devastadora que afecta mais de 55 milhões de pessoas no mundo inteiro. Todos os anos são diagnosticados 10 milhões de novos casos.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões. A doença de Alzheimer representa cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência.
O estudo baseia-se em dados de 294.514 participantes do UK Biobank, uma base de dados biomédica e de documentação de investigação, com informações genéticas e de saúde detalhadas sobre cerca de meio milhão de participantes do Reino Unido.
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Os cientistas sublinham que esta é a primeira investigação a examinar o impacto de níveis muito baixos de vitamina D nos riscos de demência e AVC, utilizando análises genéticas sólidas numa grande população estudada. Concretamente, nesta população britânica do UK Biobank observaram que 17% dos casos de demência podiam ter sido evitados com o aumento dos níveis de vitamina D para os valores normais.
Não existem alegações de saúde oficiais relativas aos efeitos da vitamina D na saúde mental. Todavia, a ciência constatou que há receptores da vitamina D em praticamente todos os tecidos do organismo, cérebro incluído, pelo que há motivos para pressupor que a boa saúde do cérebro depende de quantidades suficientes do nutriente, tal como acontece com os ossos, dentes, músculos e outros tecidos.
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Poderá ser aconselhável fazer suplementação
Importa também referir que há insuficiência generalizada de vitamina D no mundo inteiro, mesmo em regiões geograficamente privilegiadas, onde seria de esperar que a exposição ao sol fosse suficiente para garantir às pessoas níveis saudáveis deste nutriente. Contudo, as campanhas de sensibilização para os riscos associadas à exposição solar, bem como a permanência em espaços interiores, entre outros fatores, contribuem para a baixa concentração de vitamina D em muitas pessoas.
Cada vez mais pessoas têm consciência da importância de ter níveis séricos adequados de vitamina D, razão pela qual tomam um suplemento diário, por precaução. Mas é sempre boa ideia optar por um suplemento de vitamina D documentado em estudos publicados.
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