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50% das perturbações de saúde mental em adultos surgem nesta idade

Fundação José Neves lançou o 'Guia para pais e professores: como apoiar a saúde mental e bem-estar dos jovens?'.

50% das perturbações de saúde mental em adultos surgem nesta idade
Notícias ao Minuto

07:40 - 19/10/22 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Saúde mental

O sucesso do futuro dos adolescentes depende da importância que pais e educadores dão à sua saúde mental e bem-estar e aos ensinamentos que lhes transmitem. É esta a principal conclusão do 'Guia para pais e professores: como apoiar a saúde mental e bem-estar dos jovens?', lançado pela Fundação José Neves e dirigido a pais, familiares e professores que querem saber como identificar e agir perante os sintomas e problemas de saúde mental dos jovens.

Para além de uma análise, o guia disponibiliza estratégias, recomendações e exercícios práticos que podem ser muito úteis.

Em comunicado, Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves, destaca que "os dados atuais sobre a saúde mental e bem-estar dos portugueses são preocupantes, nomeadamente entre os mais jovens, quando sabemos que um em cada sete jovens entre os 10 e os 19 anos sofre de perturbações mentais e que 50% das perturbações diagnosticadas em adultos surgem na adolescência".

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"Os adolescentes de hoje são os adultos de amanhã e este é o momento para atuar e para promover a saúde mental nesta faixa etária. Um trabalho que parte de todos, sobretudo dos pais e dos professores. Este guia tem como objetivo dar a conhecer os sinais de alerta e deixa um conjunto de recomendações e estratégias para pais e professores lidarem da melhor forma com a situação e serem eles próprios agentes ativos para a sua resolução", acrescenta.

A faixa etária entre os 10 e os 19 anos de idade é o período de desenvolvimento humano onde se enfrenta algumas das maiores e mais transformadoras mudanças, ao nível físico, cognitivo e socio emocional. Estes processos de mudança incluem alterações hormonais e morfológicas, alterações nos padrões de sono, dificuldades na regulação das emoções, mudanças na importância e na natureza das relações com os outros e alterações na perceção que os jovens têm sobre eles mesmos.

As perturbações emocionais e alimentares são mais prevalentes na adolescência, estimando-se que um em cada sete jovens entre os 10 e os 19 anos apresentam uma perturbação do foro mental. Quando não diagnosticadas na adolescência, as perturbações prevalecem até à idade adulta, sendo que apenas 50% das perturbações que são diagnosticadas em adultos surgem na adolescência. Dados apontam ainda que o suicídio é a quarta principal causa de morte em adolescentes dos 15 aos 19 anos.

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A saúde mental dos adolescentes tem impacto para a vida. A adolescência é, por isso mesmo, um período sensível de desenvolvimento, durante o qual acontecimentos externos, sejam eles positivos ou negativos, exercem uma ação determinante no futuro dos jovens. É neste período que muitas formas de doença mental se começam a manifestar e são vários os fatores que podem afetar o desenvolvimento de problemas de saúde mental ao longo da vida, sejam eles hereditários, temperamentais, familiares, sociais e cognitivas.

No contexto escolar, e conscientes dos desafios que os adolescentes enfrentam diariamente, o guia tem recomendações muito concretas para professores contribuírem para uma maior sensibilização da saúde mental nas escolas e ajudar os alunos. Tais como transmitir literacia em saúde psicológica, normalizar o pedido de ajuda, estabelecer rotinas e regras saudáveis na sala de aula e alertar os seus alunos para os perigos das novas tecnologias e do cyberbullying.

"Os pais e educadores são os adultos que mais tempo passam com os adolescentes, desempenhando, desta forma, um papel determinante na deteção de alterações no comportamento e humor destes e, consequentemente, no apoio e intervenção que podem dar e promover", pode ler-se na mesma nota de imprensa.

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O guia sinaliza ainda alguns sinais de alerta no comportamento dos adolescentes, para os quais é importante que pais e professores estejam atentos: comportamento agitado e/ou irrequieto; comportamentos de confronto ou de oposição para com os outros; falta de motivação e/ou desinteresse por atividades que anteriormente gostava; dificuldades de concentração; diminuição do rendimento escolar; Isolamento social; medo, preocupação constante ou ansiedade exagerada; sentimentos frequentes de desânimo, tristeza e desesperança; humor irritável e/ou agressivo; cansaço, perda de energia ou fadiga; baixa autoestima.

Apresenta várias recomendações destinadas aos pais e familiares dos jovens, nomeadamente: reconhecer a importância da saúde mental; respeitar a opinião e individualidade do jovem; demonstrar interesse na vida do jovem; encorajar o jovem a ser saudável e corrigi-lo, mas celebrar as suas conquistas. O guia fornece ainda estratégias adicionais, como demonstrar disponibilidade para ajudar, não minimizar nem comparar o sofrimento com os outros ou normalizar o ato de pedir ajuda.

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Deixa ainda recursos para ajudar a ajudar, como estar presente; não minimizar nem comparar o seu sofrimento; normalizar o ato de pedir ajuda; estar atento.

E ainda várias estratégias que podem ser úteis:

  • Ajudar o jovem a compreender os motivos das suas preocupações;
  • Explicar a importância de estabelecer limites e mostre-lhes a importância do saber dizer que 'não';
  • Explicar ao jovem a importância de investir no seu desenvolvimento pessoal;
  • Ajudar a implementar alguns hábitos de meditação ou relaxamento (por exemplo: exercícios de relaxamento, expor o que sente);
  • Incentivar o jovem a passar tempo com os amigos e explique-lhe a importância de estabelecer boas relações com os colegas/amigos;
  • Ajudar o jovem a desenvolver estratégias de regulação das emoções e pensamentos negativos;
  • Alertar o jovem para a dimensão e impacto de uma boa higiene do sono, de uma alimentação saudável e para a importância do exercício físico;
  • Procurar ajuda profissional, sempre que necessário.

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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:

SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) -  213 544 545 (Número gratuito)

 - 912 802 669 - 963 524 660 

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545

Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707 

Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

Todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24 - depois deve selecionar a opção 4), o contacto é assumido por profissionais de saúde. A linha do SNS24 funciona 24 horas por dia.

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