Avisos sobre o uso telemóveis, e não só, são muito comuns e a verdade é que podem ser ainda mais prejudiciais do que se pensa. Segundo um novo estudo, feito na Universidade da Califórnia, Estados Unidos, a exposição prolongada aos ecrãs aumenta o risco de perturbação obsessivo-compulsiva.
No estudo, publicado na Journal of Adolescent Health, revista científica, os cientistas afirmam que as hipóteses de desenvolver esta doença mental, entre pré-adolescentes vai aumentando a cada dois anos.
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A cada hora que jogam videojogos as hipóteses aumentam, em 15%, já a cada hora que veem vídeos, o risco cresce em 11%, explica o StudyFinds, portal especializado na divulgação de estudos científicos, citando os investigadores.
"Crianças que passam muito tempo a jogar videojogos relatam sentir a necessidade de jogar cada vez mais e não conseguem parar, apesar de tentarem", disse o autor principal do estudo, Jason Nagata, em comunicado.
Acrescentando que estes "pensamentos intrusivos sobre o conteúdo dos videojogos se podem transformar em obsessões ou compulsões".
Além disto, assistir a vídeos também leva a uma visualização compulsiva de conteúdos semelhante. Algo que é agravado pelos algoritmos e anúncios direcionados.
Tudo isto aumenta o risco de perturbação obsessivo-compulsiva, já que esta doença mental se caracteriza pelas obsessões recorrentes e comportamentos, ou rituais, repetidos de forma compulsiva.
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"O vício dos ecrãs está associados a comportamentos compulsivos e à perda de controlo comportamental, que são os principais sintomas desta perturbação", explica o investigador.
Para fazer esta investigação foram analisados, no total, mais de nove mil pré-adolescentes, com idades entre os nove e os 10 anos. Todos responderam a questões sobre os seus hábitos e foi possível concluir que os pré-adolescentes passavam, em média, 3,9 horas a olhar para ecrãs.
Dois anos após o início do estudo 4,4% dos adolescentes analisados foram diagnosticados com perturbação obsessivo-compulsiva.
Também foi possível concluir que jogar videojogos e assistir a vídeos, eram os comportamentos mais perigosos. Já enviar mensagens e as redes sociais não foram associados a esta doença.
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