O início do novo ano escolar traz consigo um conjunto de desafios para as crianças e jovens. "Este é um momento importante, mas por mais entusiasmante que o regresso às aulas possa ser, é também marcado por dúvidas, incertezas e ansiedade", alerta Joana Verdelho Andrade, pediatra no Hospital CUF Coimbra, chamando a atenção para a importância de "dialogar sobre o mesmo, estabelecer rotinas e mecanismos de suporte é fundamental para que o novo ano seja acolhido com mais serenidade".
Segundo a pediatra, o regresso às aulas "suscita perguntas" e "falar sobre o que esperar do novo ano pode ajudar na sua preparação". "Uma comunicação aberta e confortável é essencial para identificar possíveis problemas. De forma regular, faça perguntas sobre o dia-a-dia na escola. Ouça a resposta e de seguida demonstre-lhes que as suas opiniões e sentimentos são válidos."
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As crianças aprendem e desenvolvem-se brincando com os seus pares. "Por vezes, praticar saudações, formas de iniciar a conversa ou temas que possam ser de interesse comum entre as crianças podem ajudar a que a sua integração na escola seja mais fluida", aconselha.
Por sua vez, "as rotinas são indispensáveis para que as crianças se sintam seguras e em controlo do seu quotidiano, fomentando assim a sua autoconfiança e sentimento de pertença dentro da família", lembra. Para Joana Verdelho Andrade, "a rotina de refeições em família é não só uma forma de ensinar hábitos alimentares saudáveis, mas também um momento de qualidade com os mais pequenos". O sono é também determinante "e as rotinas na hora de ir dormir garantem às crianças uma recuperação salutar".
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"É importante identificar comportamentos de risco que possam advir de circunstâncias prejudiciais e atuar rapidamente", sublinha. Embora cada criança tenha a sua personalidade, "os sintomas de ansiedade podem manifestar-se de diferentes formas" como "dificuldade em dormir ou acordar frequentemente durante a noite, pesadelos, irritabilidade, choro frequente, preocupações e pensamentos negativos, dificuldade de concentração, menor apetite, dor de cabeça ou barriga e recusa em fazer atividades do dia a dia", aponta.
A pediatra é perentória: "Converse com as crianças sobre as suas preocupações, e dependendo da sua maturidade, poderá explicar o que é a ansiedade e os efeitos que esta tem sobre o corpo. Deve transmitir-lhes segurança e empatia". Por outro lado, "se estes comportamentos ou outras preocupações deste foro persistirem, pode ser necessário procurar o apoio do pediatra ou de um especialista em saúde mental, de forma a obter o melhor diagnóstico e tratamento".
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