Quimioterapia. Cientistas recorrem a kiwi para tratar efeitos secundários

O projeto, intitulado Kiwi4Health, pretende "trazer alívio a milhares de doentes oncológicos" e "revolucionar o tratamento" da mucosite oral, complicação associada aos tratamentos de quimioterapia citotóxica e radioterapia.

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Lusa
19/06/2024 09:40 ‧ 19/06/2024 por Lusa

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Doenças oncológicas

Investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) desenvolveram um "método inovador" de uso oral que, feito a partir do kiwi, permite tratar os efeitos secundários provocados pela quimioterapia e radioterapia em doentes oncológicos, foi hoje revelado.

O projeto, intitulado Kiwi4Health, pretende "trazer alívio a milhares de doentes oncológicos" e "revolucionar o tratamento" da mucosite oral, complicação associada aos tratamentos de quimioterapia citotóxica e radioterapia, revela o ISEP em comunicado.

Caracterizada por lesões eritematosas e ulcerativas na mucosa oral, a mucosite oral causa dor intensa. Atualmente, os tratamentos são de curta duração e requerem frequentemente o uso de analgésicos, "proporcionando apenas um alívio temporário". "Estima-se que entre 40 a 80% dos doentes submetidos a quimioterapia convencional e quase todos os que recorrem a radioterapia sofrem desta condição muitas vezes incapacitante", indica.

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Investigações mais recentes apontaram para o potencial benéfico dos polifenóis presentes na fruta, especialmente no babykiwi, para o tratamento da mucosite oral. Aproveitando esses avanços, os investigadores do ISEP desenvolveram "um método inovador para a criação de um filme bucal utilizando compostos bioativos extraídos dos subprodutos do cultivo de babykiwis".

Citada no comunicado, a investigadora Francisca Rodrigues afirma que o processo envolve técnicas de extração verde, utilizando água e compostos bioativos encapsulados, resultando "num produto que pode ser facilmente aplicado na mucosa oral, proporcionando alívio prolongado e eficaz". "Os ensaios 'in vitro' em modelos bucais, acoplados aos ensaios 'in vivo' em animais que realizamos já com o extrato, são muito promissores, indicando uma nova esperança para os pacientes que sofrem desta dolorosa condição", indica a investigadora.

O desenvolvimento deste método representa uma "abordagem positiva na prevenção e tratamento dos efeitos secundários" da quimioterapia e radioterapia, "destacando-se pela utilização de componentes naturais e sustentáveis".

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"O filme bucal demonstrou ter uma rápida capacidade de dissolução e permitindo a transferência dos compostos", adianta a investigadora.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o projeto envolve investigadores da REQUIMTE e da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, tendo já um parceiro interessado na comercialização do filme muco adesivo.

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