Pessoas com diabetes têm um risco 60% maior de virem a desenvolver demência. "A prevenção é essencial para garantir que os casos de demência em pessoas com diabetes não aumentam drasticamente ao longo dos anos", afirma José Manuel Boavida, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), referindo que "devem ser adotados comportamentos, no dia a dia da pessoa com diabetes, que ajudam a prevenir a demência e a cuidar da saúde em geral".
Para ajudar a manter a função cerebral e a combater o declínio cognitivo, "é importante apostar numa dieta rica em vitaminas D, B6 e B12, folato e alimentos nutritivos, bem como hábitos que levem a uma vida socialmente ativa", reforça. Acrescenta ainda que "a prática de exercício físico e mental, como jogos de memória, são comportamentos que devem fazer parte da rotina de uma pessoa com diabetes de forma a prevenir o aparecimento de demência".
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O risco de demência aumenta consoante o tempo que passou desde que a pessoa desenvolveu diabetes e a gravidade desta, pelo que é importante garantir o diagnóstico precoce e o tratamento adequado desde o início. Estudos demonstram que a diabetes pode ser um fator de risco para vários tipos de demência, como a vascular e a doença de Alzheimer. "Isto acontece porque os mesmos problemas cardiovasculares que aumentam o risco de diabetes tipo 2 contribuem também para o risco de demência. Exemplo disto, é o facto de a glicemia descontrolada poder causar danos nos vasos sanguíneos, incluindo os que afetam o cérebro, contribuindo para um declínio cognitivo acelerado", revela José Manuel Boavida.
Recorde-se que Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa perda de memória e declínio cognitivo progressivos, perturbações da linguagem e até dificuldade em realizar tarefas como pagar contas e lidar com o dinheiro, e que é a forma mais comum de demência. Demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências, como o Alzheimer (a forma mais comum de demência), podem ser prevenidas ou atrasadas.
A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões.
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