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Os pais precisam de férias dos filhos? Questionámos um especialista

Todos os anos repete-se o mesmo cenário: as férias com miúdos deixam-no à beira de um ataque de nervos. Mas haverá razões para isso? Este foi o mote de conversa entre o Lifestyle ao Minuto e o psicólogo e terapeuta de casal Fernando Mesquita.

Os pais precisam de férias dos filhos? Questionámos um especialista
Notícias ao Minuto

07:17 - 03/09/24 por Ana Rita Rebelo

Lifestyle Entrevista

Se chega ao fim de uns dias de descanso em família a precisar de férias das férias, este recado é para si: "É muito importante que os pais compreendam que pelo amor que têm pelos filhos devem reservar tempo para cuidar de si mesmos. Só assim conseguirão ser bons pais." Quem o diz é o psicólogo e terapeuta de casal Fernando Mesquita.

 

Não se deixe levar pela culpa nem pela pressão social. Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto,  Fernando Mesquita refere ainda que "é importante reconhecer que cada pai ou mãe tem a sua própria personalidade" e que, por conseguinte, podem ter a mesma abertura para o tempo em comum.

"O essencial é estarem disponíveis e procurarem transmitir o amor que sentem", esclareceu o especialista.

É importante que os pais compreendam que devem estabelecer períodos de descanso e de autocuidado para evitar o 'burnout' parental

Devem os pais tirar férias dos filhos? Enquanto especialista, considera que há uma resposta certa?

A resposta depende sempre muito das necessidades individuais e da própria dinâmica familiar. É sabido que os pais precisam de períodos de descanso e de autocuidado, além de momentos a dois enquanto casal. A parentalidade pode ser altamente stressante e desgastante. Por outro lado, também é importante que estejam presentes ao longo do desenvolvimento dos filhos. Portanto, não há uma resposta 'certa', mas diria que é importante ter em consideração que os interesses de todos os envolvidos.

Notícias ao Minuto © Fernando Mesquita

Como disse, o descanso dos pais é fundamental. Mas e quando estes pais são confrontados com um sentimento de culpa, o que aconselha?

Lidar com a culpa e a pressão social face à necessidade de 'férias' dos filhos é um desafio bastante comum, mas é importante que os pais compreendam que devem estabelecer períodos de descanso e de autocuidado para evitar o 'burnout' parental. Esta condição desenvolve-se muitas vezes sem a consciência dos próprios pais e caracteriza-se por uma exaustão emocional, cansaço crónico, falta de paciência, ansiedade, irritabilidade, sensação de incapacidade de cumprir as tarefas parentais e um consequente distanciamento em relação aos filhos. Portanto, é muito importante que os pais compreendam que pelo amor que têm pelos filhos devem reservar tempo para cuidarem de si mesmos. Só assim conseguirão ser bons pais.

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Quanto aos pais que levam os filhos de férias consigo, como é que podem transformar esses dias num período menos stressante para todos? Algum 'truque'?

Antes de mais, é fundamental existir alguma flexibilidade, procurando equilibrar a necessidade de descanso dos pais com os períodos de entretenimento dos filhos. 

Planear as atividades com as crianças pode ajudar?

Sem dúvida! Os pais podem, por exemplo, planear as férias com as crianças, permitindo que elas escolham algumas experiências que gostariam de viver. Nesse planeamento devem procurar 'negociar' atividades relaxantes e dinâmicas, tendo em consideração que é importante manterem algumas rotinas, como os horários das refeições e momentos de descanso. O ideal é escolherem destinos de férias onde existam atividades de interesse para as crianças, como parques, praias ou áreas para brincarem. Além disso, não se devem esquecer de levar brinquedos, jogos ou livros para entreter as crianças.

O importante não é a quantidade de tempo que passam juntos, mas sim a qualidade

E para aqueles pais que não gostam ou não têm tanta paciência para brincar com os filhos, que recomendações costuma partilhar?

É importante reconhecer que cada pai ou mãe tem a sua própria personalidade e o facto de não gostarem de brincar com os filhos não significa que não os amem, mas sim que não tiveram essa aprendizagem.

Nestes casos, qual a 'solução'?

Podem procurar encontrar atividades que gostem e que possam incluir as crianças, como cozinhar, fazer uma caminhada ou até montar um puzzle. Além disso, os pais devem ter em conta que o importante não é a quantidade de tempo que passam juntos, mas sim a qualidade. Se mesmo assim sentirem muita dificuldade para meterem em prática algumas destas sugestões e se isso lhes causa mal-estar, pode ser importante procurarem ajuda psicológica.

Como fazê-los entender que não são melhores nem piores pais?

É importante que estes pais entendam que não é apenas um fator que os define como 'bons' ou 'maus' pais e que cada família tem a sua própria dinâmica. O essencial é estarem disponíveis e procurarem transmitir o amor que sentem.

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