Estreou na passada quarta-feira, dia 1 de janeiro, o documentário 'O Homem que Quer Viver Para Sempre', da Netflix, sobre o bilionário Bryan Johnson, de 46 anos. O filme mostra a rotina do empresário para viver mais. Um dos hábitos inclui a toma de 13 comprimidos de rapamicina, um fármaco encontrado em bactérias isoladas no solo da Ilha de Páscoa, conhecida como Streptomyces hygroscopicus.
A substância terá surgido em 1972. É habitualmente prescrita para pessoas submetidas a um transplante.
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Em declarações ao jornal Metrópoles, a médica Elodia Avila explica que a rapamicina inibe uma proteína que desempenha um importante papel no controlo do crescimento celular, metabolismo e envelhecimento, conhecida como mTOR. "Quando inibido, o mTOR promove processos celulares benéficos como a autofagia, um mecanismo de 'limpeza' das células, além de reduzir a inflamação e melhorar a homeostase metabólica", diz.
"Alguns estudos levam a crer que a rapamicina tem o potencial de retardar alguns efeitos degenerativos associados ao envelhecimento", refere também, sublinhando que, "em animais, a rapamicina tem mostrado que atrasa o início de várias doenças relacionadas com o envelhecimento, melhora a função imunológica, reduz o risco de cancro e aumenta a expectativa em mais de 14%".
Ainda assim, a médica alerta para os "diversos efeitos colaterais" associados à toma de rapamicina, "principalmente devido à ação imunossupressora, como maior susceptibilidade a infecções, devido à diminuição das respostas imunes". Mais: também pode levar ao aumento da glicose sanguínea, riscos cardiovasculares, dificultar a cicatrização e comprometer a função renal.
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