Há largos anos que a ciência associa o vírus do herpes ao aparecimento da doença de Alzheimer. Agora, a ligação entre as duas condições torna-se cada vez mais íntima e soa o alerta: “Não podemos continuar a ignorar todas as evidências”.
Num editorial publicado esta segunda-feira no site da Universidade de Manchester é revelado que certos micróbios – um vírus específico e dois tipos de bactérias – estão na origem do Alzheimer. E é o vírus do herpes o que mais se destaca devido à presença de espiroqueta, diz um estudo que envolveu 31 cientistas de várias universidades mundiais.
“Estamos a dizer que há provas irrefutáveis de que a doença de Alzheimer tem um componente microbiano dormente e que pode ser despertado por uma desregulação de ferro”, diz o professor Douglas Kell, que continua: “a presença microbiana no sangue também pode desempenhar um papel fundamental como agente causador da inflamação sistémica, que é uma característica da doença de Alzheimer”.
“Esta grande chamada para a ação”, lê-se, deve-se ao cada vez maior número de estudos que indica o mesmo e que coloca a existência de vírus e bactérias dormentes (e que podem despertar em momentos de stress, como acontece com o herpes) no princípio desta doença mental, que afeta milhares de pessoas em todo o mundo.
No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que dois terços da população mundial com menos de 50 anos são portadores do vírus do herpes, uma infeção incurável e contagiosa que provoca feridas à volta da boca e, em certos casos, nos órgãos genitais.