Depois de avaliar dezenas de aspetos fisiológicos associados à doença de Alzheimer tardia – que surge a partir dos 65 anos e não mais cedo como acontece em casos associados a mutações genéticas - um grupo de investigadores canadianos pode ter chegado à sequência de sintomas que ocorrem na doença de Alzheimer.
Como revela o estudo liderado por Yasser Iturria Medina, do Instituto Neurológico de Montreal, e publicado na revista científica Nature Communications a alteração da forma como o sangue irriga o cérebro, pondo em causa o abastecimento de oxigénio, açúcar e outros nutrientes para as células nervosas, é o primeiro sinal de que a doença se está a aproximar.
Esta é uma das mais antigas hipóteses para a origem da doença, desde 1990, mas este estudo, além de confirmar que este é mesmo o primeiro sinal – depois de os cientistas analisarem 7700 imagens cerebrais de 1171 pessoas – conseguiu descobrir que depois dos distúrbios na irrigação sanguínea do cérebro, segue-se uma mudança do nível da deposição da proteína beta-amilóide, a disfunção metabólica, a deterioração da função cerebral e a atrofia muscular do cérebro.
Sendo que em simultâneo o paciente vai perdendo a memória e as capacidades, devido à morte de milhões e milhões de neurónios.
Apesar de a causa da doença ainda estar por determinar, os cientistas acreditam que a descoberta desta sequência de eventos na evolução da doença pode contribuir para o trabalho de tentar alterar o seu rumo.