Meteorologia

  • 15 NOVEMBER 2024
Tempo
17º
MIN 13º MÁX 19º

Estudo ajuda a perceber papel do cérebro no movimento compulsivo

Um estudo liderado por um cientista português ajuda a perceber perturbações no cérebro que levam algumas pessoas a não parar de fazer movimentos e outras a não conseguir manter uma ação, contribuindo para encontrar formas eficazes de tratamento.

Estudo ajuda a perceber papel do cérebro no movimento compulsivo
Notícias ao Minuto

17:04 - 21/07/16 por Lusa

Lifestyle Carreira

"Além de percebermos a fisiologia do que se passa no cérebro, no dia a dia, [este trabalho] dá um nova visão, apoiada pelas doenças neuropsiquiátricas, de como podemos tratar doenças do movimento e doenças psiquiátricas", disse à agência Lusa Rui Costa, do Centro Champalimaud, que liderou a investigação.

As pessoas que sofrem de transtorno obsessivo-compulsivo não conseguem parar de executar certas tarefas motoras, como lavar as mãos, enquanto aquelas afetadas por perturbação de hiperactividade e deficit de atenção, não conseguem sustentar a mesma ação motora, durante muito tempo, explica uma informação hoje divulgada pela Fundação Champalimaud.

Rui Costa descreveu à Lusa o trabalho desenvolvido e que tem como autor principal Fatuel Tecuapleta, agora a trabalhar na Universidade Nacional Autónoma de México, na Cidade do México.

"Há uma grande necessidade de compreender porque decidimos fazer umas coisas e não outras, o que determina a opção por uma ação e não por outra e por parar o que estava a fazer", referiu.

Muitas das doenças que afetam a área do cérebro chamada gânglios da base, explicou, implicam problemas em que as pessoas ficam muito repetitivas a fazer só uma coisa, como as compulsões na doença de autismo, nas adições, ou em que a pessoa está sempre a mudar, como a hiperatividade ou a esquizofrenia.

São duas as vias principais para a obtenção do movimento nestes casos: uma via direta e uma via indireta, e os especialistas pensavam que a via direta era para fazer o movimento e a indireta para parar, como se "uma fosse o acelerador e a outra o travão".

Mas, salientou Rui Costa, afinal, "uma é a que está a dizer o que fazer e a outra aprova ou não" e são as duas necessárias.

Em caso de existir um problema, como a hiperatividade, "a pessoa gostava de se focar e continuar a fazer a atividade, mas, de repente, o cérebro está sempre a mudar, não consegue focar-se ou ter atenção a uma só coisa" e, neste caso, "pensamos que a via indireta está perturbada", explicou o cientista do Centro Champalimaud.

Ao contrário, nas doenças em que há compulsão, adição ou comportamento repetitivo e a pessoa não consegue parar, "a via direta estaria a dizer vou continuar a fazer isto e a via indireta não consegue vetar", continuou.

Assim, o estudo permite concluir que, em vez de um acelerador e de um travão, existiria um proponente e um aprovador.

"É um desequilíbrio entre a atividade" destas duas vias e "a nossa esperança é que modificações subtis desse equilíbrio possam restabelecer" a normalidade, resumiu o cientista, que vai continuar o trabalho para perceber o funcionamento do cérebro, mas também vai, "provavelmente em colaboração com farmacêuticas, tentar perceber como é que se consegue usar isto para melhorar terapias"

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório