A Organização Mundial da Saúde (OMS) é clara quanto aos perigos do açúcar para a saúde das crianças e dos adultos e recomenda no seu último guia de diretrizes a redução da ingestão de açúcares livres para menos de 10% da ingestão calórica total, sendo o desejável 5% - só assim a saúde fica em segurança e podem ser notados benefícios adicionais, como se pode ler no documento partilhado no ano passado pelo organismo.
Mas se olharmos para números mais concretos, uma criança entre os sete e os 10 anos deve ter uma deita entre as 1.200 e as 1.800 calorias por dia (arredondando os valores do WebMD para que se encaixem tanto no sexo feminino como no masculino, mas sempre tendo em mente os mais sedentários, por serem o grupo de maior risco). Numa média de 1,500 calorias por dia, 10% de açúcar por dia equivaleria a 150 calorias, mas como o recomendado são 5% fiquemos-nos pelas 75 calorias oriundas de açúcar por dia.
Como 75 gramas de açúcar têm 290 calorias, uma criança deveria apenas consumir apenas 20 gramas de açúcar por dia para alcançar as ditas 75 calorias recomendadas pela OMS e que equivalem a 5% do valor energético total. Mas esses 20 gramas de açúcar são muito facilmente ultrapassados.
A revista norte-americana Parents olhou com olhos de ver para alimentação dos mais novos e conclui facilmente que o consumo de açúcar de uma criança pode mesmo exceder os 60 gramas por dia, incluindo-se aqui também a fruta, que apesar de ser saudável, nunca deve deixar de pesar nestas contas. A ver bem, temos os cereais de pequeno-almoço, os sumos de fruta, os snacks processados a meio da manhã, os iogurtes, as sandes com pão de forma, as sobremesas da cantina, as gomas ao intervalo, as bolachas ao lanche, o sumo às refeições, o gelado depois do jantar e o leite achocolatado antes de dormir. E este é apenas um pequeno exemplo. Sabe mesmo quanto açúcar dá ao seu filho todos os dias?
Mas, como é que se pode reduzir o consumo de açúcar por parte dos mais novos? Fazendo escolhas e recomendações mais saudáveis, embora não seja fácil devido à vasta e exagerada presença deste hidrato de carbono na grande maioria dos alimentos.
Contudo, o site Today dá três dicas que, a curto ou médio prazo, têm resultados positivos não só na saúde dos mais novos, como também nas escolhas que começam a fazer a nível alimentar.
Dica 1 – Apostar num pequeno-almoço saudável.
Todas as cores do pequeno-almoço devem vir de frutas e não dos cereais, esses passam a ser integrais e preferencialmente enriquecidos com vitaminas e minerais. Os frutos secos e os iogurtes com baixo teor de matéria gorda devem também constar na primeira refeição do dia, que deve ainda ter um doce, preferencialmente manteiga de amendoim caseira.
Dica 2 – Repensar as sobremesas.
Os gelados e as fatias de tarte não devem deixar de existir, mas devem ser reservados para momentos especiais e festivos. Além de ajudar a controlar o açúcar ingerido diariamente pelas crianças, fará com que estas passam a dar mais valor a um alimento doce, associando-o sempre a momentos em família. Preparar misturas de frutas ou fazer gelados com frutas congeladas e bebidas vegetais são duas opções a ter em conta.
Dica 3 – Mudar as bebidas que vão para a mesa.
Sumos? Nunca mais. Refrigerantes? Nem pensar. Bebidas energética? Jamais! Água? Sim, mas pode ser aromatizada com frutas e ervas frescas.