Uma investigação levada a cabo no Brasil, mais concretamente por investigadores da Associação de Assistência à Criança Deficiente do Recife, vem revelar uma possível ligação entre o vírus do Zika e uma condição articular grave, a artrogripose, que causa uma deformidade nas articulações.
Publicado esta semana na revista British Medical Journal e citado pela Reuters, o estudo teve por base o caso concreto de uma criança com os dois problemas de saúde, embora tenham sido também observados outros seis bebés com microcefalia e artrogripose.
Os investigadores brasileiros dizem que não é, ainda, possível traçar uma relação direta e concreta entre o vírus do Zika e este problema articular uma vez que não é uma ligação comum entre todos bebés cujas mães estavam infetadas, mas suspeitam que a causa possa estar na forma como o vírus atua no cérebro e afeta os neurónios responsáveis pela plenitude das capacidades motoras.
Das sete crianças analisadas (algumas com os resultados ainda por concluir), o estudo revela que a artrogripe afeta os membros superiores e inferiores de seis e apenas os membros inferiores de uma. Contudo, nos sete bebés analisados, foi possível ver uma anomalia no neurónio que sai da medula para formar o nervo motor, algo que faz com que algumas áreas fiquem mais fracas e, por isso, o feto acabe por diminuir os seus movimentos dentro do útero da mãe, ficando numa postura fixa, o que leva ao aparecimento de determinadas deformidades.
Conta a Reuters que o estudo – mesmo tendo analisado apenas 7% dos casos de Zika em Recife – notou ainda cinco das sete crianças analisadas possuía problemas visuais e auditivos.