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Dia Mundial do Vegetarianismo. Diga sim, pelo menos uma vez por semana

Foi em 1977 que a Sociedade Vegetariana Norte-Americana decidiu implementar o 1 de outubro como o Dia Mundial do Vegetarianismo. Vamos falar como deve ser sobre este tipo de alimentação?

Dia Mundial do Vegetarianismo. Diga sim, pelo menos uma vez por semana
Notícias ao Minuto

09:38 - 01/10/16 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Carreira

No Dia Mundial do Vegetarianismo decidimos compilar tudo o que a ciência, a nutrição e as organizações de saúde (nacional e internacionais) têm a dizer sobre a alimentação vegetariana, celebrada mundialmente no dia 1 de outubro desde 1977. Sem fundamentalismos, sem imposições e sem restrições.

Ao contrário da alimentação vegan – em que é excluído todo e qualquer produto/alimento de origem animal – a dieta vegetariana é dividida em duas vertentes: a ovo-vegetariana (em que se inclui a ingestão de ovo) e a ovo-lacto-vegetariana (em que se pode comer ovos e produtos lácteos, como queijo e iogurte).

A base é a mesma: zelar pelo ambiente, pelos animais e pela própria saúde. Mas é mesmo a melhor opção para a saúde?

O risco associado ao consumo de carne

No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o alerta acerca da ligação entre um maior risco de cancro e o consumo de carne processada (fiambre, salsichas, etc.), fazendo com que este tipo de proteína animal entrasse no leque de inimigos da saúde. Mas não entrou sozinha: o mesmo organismo encontrou um potencial cancerígeno da carne vermelha, que se junta assim ao churrasco, ao açúcar e aos alimentos processados, todos eles a riscar da alimentação.

Nesta altura, a dieta vegetariana ganhou destaque e começaram a multiplicar-se os estudos sobre o impacto positivo que este tipo de alimentação tem na saúde e no bem-estar. A Universidade de Oxford foi uma das instituições a debruçar-se sobre o assunto e não hesitou em garantir que a alimentação que exclui a ingestão de carne/peixe melhora a qualidade de vida de tal forma que pode mesmo reduzir a taxa de mortalidade entre 6% a 10% até 2050. Ao todo, seriam salvas mais de 8,1 milhões de vidas.

Além disso, a dieta de origem vegetal é ainda uma forma de preservar e cuidar da vida animal e do meio ambiente, estimando o estudo que este tipo de alimentação seja capaz de reduzir a emissão de gases de efeito de estufa entre 29% a 70% também até 2050.

O 'lado negro' da dieta vegetariana

Os números são animadores e não faltam casos de sucesso de famílias que se rendem ao vegetarianismo e que transpiram saúde. São muitos os motivos para se ser vegetariano (pela saúde do coração e pela ‘saúde da carteira’) ou para comer menos carne e a própria Direção-Geral da Saúde lançou um Manual da Alimentação Vegetariana tanto para adultos como para crianças, deitando por terra todos os mitos e teorias acerca deste tipo de alimentação, não deixando, claro, de frisar os riscos associados a uma dieta isenta de produtos de origem animal quando é mal planeada.

Diz o manual da DGS que uma dieta vegetariana mal acompanhado comporta riscos para a saúde, sendo a carência das vitaminas B12 e D, dos minerais ferro, cálcio, zinco, de proteína de qualidade e ácidos gordos essenciais os principais e mais comuns.

E como nem tudo são rosas, o mesmo manual revela que as grávidas e as crianças são os grupos de risco, uma vez que a alimentação vegetariana por excesso ou defeito pode levar à anemia ou até mesmo à morte – recorde o caso desta criança italiana que foi obrigada a seguir uma dieta vegan muito restrita, tendo sido internada em estado grave.

A carência de alguns nutrientes associada a uma dieta vegetariana é um dos aspetos que mais preocupa os profissionais de saúde, mas a verdade é que é uma questão que pode facilmente ser evitada com escolhas alimentares corretas e que destaquem a variedade e a cor. Afinal, é possível comer proteína sem ter que comer animais.

E se fossemos todos vegetarianos?

Sem fundamentalismos, sem imposições e sem restrições. Até porque não é fácil deixar de comer carne e peixe, especialmente num país como o nosso, aclamado mundialmente pela qualidade do gado e do pescado. As pessoas não têm todas que se converter ao vegetarianismo, mas como seria se tal acontecesse?

A questão foi colocada e respondida por um vídeo do canal de YouTube ASAPScience, que destacou que se todas as pessoas fossem vegetarianas, existiriam mais terrenos para produção vegetal, incluindo de soja, que é uma das melhores fontes de proteína – embora possa ser penosa para a saúde quando não se dá preferência à soja que é de origem orgânica e biológica, acabando por se ingerir uma versão geneticamente modificada.

Diz o vídeo que se fossemos todos vegetarianos que existiria mais saúde e possivelmente economias mais ricas. Porém, esta possibilidade poderia dar origem a um maior uso de animais para fins cosméticos, de moda e detergentes. Além disso, a produção de animais para consumo é um trabalho a tempo inteiro para milhões de pessoas, nota o vídeo.

Contudo, a ciência ainda não está certa se a dieta vegetariana é mesmo a melhor para o ambiente. Equilíbrio parece ser a palavra de ordem.

A importância de se ser vegetariano… pelo menos uma vez por semana

Em Portugal, são cada vez mais os livros sobre alimentação vegetariana, assim como os sites, apps e os negócios de produtos alimentares de origem vegetal que substituem a carne e o peixe. Variedade não falta, nem tão pouco explicações culinárias para se conseguir os melhores pratos. 

E saúde? Essa parece ser a que mais ganha com este tipo de alimentação, claro, quando equilibrada.

De acordo com um estudo publicado na revista da Associação Médica Americana, as pessoas que abandonam o consumo de carne apresentam a pressão arterial reduzida em comparação com as pessoas que não são vegetarianas. A longevidade e um menor risco de sofrer doenças crónicas são outras duas consequências positivas associadas à dieta vegetariana, como lhe contámos aqui.

Este ano, um estudo financiado pelo World Cancer Research Fund (WCRF) revela que deixar de consumir produtos de origem animal pode reduzir o risco de cancro na próstata em 35%.

O consumo de carne tende a ser desaconselhado, uma vez que menos carne é sinónimo de um menor risco de diabetes e de cancro

E agora a pergunta: Devemos ser todos vegetarianos? Não necessariamente, cada um deve seguir um plano alimentar que permita assegurar as suas necessidades, preferencialmente se recomendado e aconselhado por um nutricionista. Mas a verdade é que a ciência encontra mais aspetos positivos do que negativos na alimentação que exclui carne e peixe e ser vegetariano pelo menos uma vez por semana pode mesmo ajudar a melhorar a qualidade de vida, a saúde, o ambiente e os animais.

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