Celebra-se esta terça-feira o Dia Mundial da Obesidade, uma das doenças que mais preocupa a Medicina e que mais pode condicionar a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.
A obesidade é uma condição médica associada ao estilo de vida – sedentarismo e má alimentação – e carateriza-se pela acumulação anormal ou excessiva de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde, sendo o cálculo do índice de massa corporal (IMC) o que mais facilmente pode detetar este problema.
Mas se a obesidade por si só é um motivo de preocupação, as doenças que a ela são associadas fazem soar todos os alarmes possíveis e imaginários, colocando a obesidade no topo de doenças mais fatais em todo o mundo. Diabetes, problemas cardiovasculares, depressão, problemas articulares, doenças ósseas, cancro e Alzheimer são algumas das consequências mais diretas e penosas do excesso de peso, que afeta miúdos e graúdos.
Em Portugal, segundo dados recolhidos entre 2005 e 2014, a obesidade era “o maior problema de saúde pública em Portugal que afeta mais de um milhão de adultos portugueses, ou seja 16,4 % da População com idade igual ou superior a 18 anos”, como se lê no site Nutrimento, da Direção-Geral da Saúde (DGS). Os números são preocupantes e, por isso, soube-se hoje que o Ministério da Saúde vai avançar com um programa para reduzir as listas de espera nas cirurgias da obesidade, disponibilizando 12 milhões de euros para operar dois mil doentes em 2017.
O que se sabe sobre a obesidade e o que pode vir a acontecer
Vista como uma epidemia mundial, a obesidade é um dos temas que mais capta a atenção da ciência, multiplicando-se os estudos acerca do tema e das causas e consequências da acumulação de gordura na saúde e bem-estar geral.
Este ano soube-se que a obesidade está diretamente relacionada com dez diferentes tipos de cancro. O alerta foi dado pelo Public Health England, que revelou que esófago, fígado, vesícula biliar, mama, rins, pâncreas, intestino, ovários, próstata e útero são os dez tipos de cancro que podem ter origem no excesso de peso e em todas as consequências associadas a tal condição. E uma dessas consequências são das doenças de fígado, como alertou o especialista em medicina interna Armando Carvalho.
O cérebro também fica a perder com o excesso de peso… e muito. Sabia que a obesidade envelhece a mente em 10 anos? E sim, a obesidade tira anos de vida!
Embora a obesidade esteja diretamente relacionada com a alimentação por excesso - e afete mais mulheres do que homens - é do conhecimento da ciência que a pouca ingestão de água pode estimular a acumulação de gordura, algo que é ainda mais grave e notório quando à má hidratação se alia a ausência de atividade física e a má qualidade de sono.
Travar a obesidade é uma das principais metas e descobriu-se recentemente que as pessoas com uma grande diversidade de bactérias nas fezes apresentam níveis mais baixos de gordura visceral, aquela que é considerada a mais perigosa para a saúde por estar envolvida em torno de órgãos como o fígado, o pâncreas e os intestinos.
Além disso, a ciência também já tem tentado provar que o combate da obesidade pode estar cada vez mais próximo… e tudo poderá depender de uma hormona.
Contudo, o combate à obesidade passa – e muito – pelo estilo de vida de cada pessoa. A alimentação variada e equilibrada, a prática de exercício físico e a ausência de stress são os aspetos que mais contribuem para um peso saudável. Afinal, basta perder 5% do peso corporal para se ter saúde. Vamos cuidar da nossa?