Não há nada que tire mais um pai e uma mãe do sério do que o mau comportamento do filho. Seja por teimosia, energia ou simples maldade, as crianças e os pré-adolescentes tendem sempre a mostrar o lado mais rebelde e até mesmo rude. Não há volta a dar: “Todas as famílias passam por etapas difíceis”… mas tudo tem solução.
Quem o diz é a psicóloga Susana Cruylles, que ao El País destaca que “os filhos vão sempre levantar situações difíceis que nos levam a perder a calma”. Contudo, é preciso saber analisar cada caso: “A primeira coisa a ver é se a birra é algo pontual ou está a acontecer com frequência. Também há que ter em conta a idade da criança: uma birra não é igual aos dois e aos dez anos”.
O castigo é visto pelos pais como a melhor opção para fazer frente ao mau comportamento dos filhos, porém, não poderiam estar mais errados. O castigo não é uma opção, muito menos quando é desenquadrado. “Eu prefiro chamar de ‘consequências’ em vez de castigos”, continua a especialista, salientando que “para que funcionem temos que saber que cada criança é diferente”.
Para facilitar a vida aos pais que não sabem o que fazer quando os filhos se portam mal, a especialista reuniu os conselhos de alguns colegas da área e dá as dicas que devem ser tidas em conta. Ei-las.
Tenho um filho de cinco anos que faz birras feias e diz ‘Deixa-me em paz, espero que morras!’ - O que fazer? Em primeiro lugar, os pais devem conter-se e não reagir a quente a uma ‘explosão’ da criança. Depois, devem olhá-la seriamente nos olhos até que se sinta desconfortável. De seguida, os pais devem sair do local onde a birra aconteceu, pois o mais certo é que a criança fique com remorsos e procure os pais passados alguns minutos, lê-se na publicação.
Tenho um filho adolescente que me ignora, mas que está sempre a exigir dinheiro. - O que fazer? Chamar o jovem à atenção é o primeiro passo, cabendo aos pais a tarefa de incutir responsabilidades ao adolescente, mesmo que isso implique dizer-lhe que deve começar a trabalhar para suportar as suas despesas. Mostrar que existem regras e que é preciso respeitar é também fundamental.
Tenho um filho que é tirano com os irmãos. - O que fazer? Deixá-lo sozinho, sem a capacidade de mandar, de humilhar e de fazer o que quer que seja. Isolá-lo até que ganhe o sentido de respeito. Contudo, a exclusão depende da gravidade do comportamento da criança e deve acontecer apenas sob o aconselhamento de um especialista.
Tenho um filho que só está bem quando está a destruir tudo o que tem à volta. - O que fazer? Começar por dizer que tudo o que estraga tem um preço é fundamental, mas os pais devem, mais uma vez, ter em atenção a idade da criança. Se for uma criança que já tenha noção do dinheiro, dizer que os brinquedos não são de graça pode resultar, mas quando se trata de uma criança mas pequena, a situação pode implicar não trocar os brinquedos estragados por novos ou retirar um objeto que lhe seja querido, como uma manta ou a chupeta.
O meu filho só sabe uma frase: ‘Não, não e não!!’- O que fazer? Os pais podem sempre ignorar esta teimosia, mas quando se trata de uma situação recorrente, o melhor é tentar mostrar o lado positivo da situação. Por exemplo, se a criança recusa ir ao supermercado, os pais podem dar-lhe uma ou outra tarefa – como ir à prateleira das bolachas ou escolher as maçãs.