Antibióticos menos eficazes e crianças mais vulneráveis às bactérias

No Dia Europeu do Antiobiótico, especialista faz o alerta: “Estamos a criar uma geração mais resistente à ação dos antibióticos e a aumentar a proliferação de 'superbactérias'.

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Vânia Marinho
18/11/2016 08:28 ‧ 18/11/2016 por Vânia Marinho

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Apesar da utilização de antibióticos ter vindo a reduzir nos últimos anos, seis em cada dez portugueses ainda acreditam que estes são eficazes a combater vírus, uma crença que passa de pais para filhos e que é agravada pela falta de tempo que os progenitores têm para estar em casa na doença.

Apostar na prevenção e mudar hábitos pode fazer toda a diferença, alerta o especialista em Medicina Tradicional Chinesa Hélder Flor, em comunicado enviado às redações.

Os pais acreditam que se as crianças tomarem antibiótico vão melhorar mais rápido. Logo à partida vai destruir a flora intestinal que é essencial para o nosso sistema imunitário e provocar obstipação, prisão de ventre ou diarreia. Mas é a longo prazo que o impacto é mais grave. Estamos a criar uma geração mais resistente à ação dos antibióticos e a aumentar a proliferação de 'superbactérias', o que quer dizer que os antibióticos vão ser cada vez menos eficazes nos casos que são realmente necessários e os nossos filhos cada vez mais vulneráveis às bactérias”, explica o especialista no âmbito do Dia Europeu do Antibiótico que se assinala a 18 de novembro.

A prescrição deste tipo de medicamento apenas para as doenças bacterianas é o primeiro passo para inverter esta tendência, mas também há uma parte preventiva do processo que se faz através do reforço do sistema imunitário.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, se nada for feito mais efetivo do que até agora, em 2050 morrerão anualmente cerca de 390 mil pessoas na Europa e 10 milhões em todo o mundo em consequência direta das resistências aos antimicrobianos.

E apesar de Portugal estar a obter bons resultados na redução da ingestão de antibióticos, 60% dos portugueses ainda pensam que os antibióticos são eficazes no combate de vírus e 50% acreditam que são indicados para constipações e gripe, o que prova que ainda há um longo caminho a percorrer.

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