As alterações no funcionamento da mente, do humor, do raciocínio e do comportamento passam muitas vezes despercebidas, mas a verdade é que afetam o desempenho e a vida de milhares de pessoas, condicionando a saúde física e mental e ainda o bem-estar.
Estar atento e observar a frequência e a intensidade dos sintomas é o mais aconselhado. Contudo, para tal é preciso conhecer os sinais que o corpo dá e que indicam que podemos estar perante o desenvolvimento de um transtorno emocional e comportamental.
De acordo com a psicóloga Sandra Gaya, são estes os sintomas aos quais devemos prestar atenção:
1) Isolamento social
“É normal sentir a necessidade de ficar sozinho um pouco ou preferir uma rotina caseira ao lado da família. Mas, se a pessoa tem uma rotina social e muda repentinamente e passa a recusar convites dos amigos, a não interagir com a mesma frequência, ou se afasta das pessoas, pode não ser um bom sinal. Ter falta de ânimo para trabalhar, para estudar ou realizar atividades que sempre foram prazerosas são alguns motivos para ficar alerta”.
2) Baixa autoestima
A insegurança, o perfeccionismo exacerbado e a falta de cuidado pessoal percetível indicam a baixa autoestima. Segundo a psicóloga, a pessoa não aceita cometer erros e tem medo ou vergonha de si mesma, pois está sempre preocupada com o que vão dizer. Ou então, passa a não ter o mesmo cuidado com os cabelos e unhas, por exemplo. Outra prática comum que demonstra a baixa autoestima é o consumo em excesso de alimentos e/ou de bebidas alcoólicas.
3) Irritabilidade
Quando a irritabilidade está relacionada com um acontecimento específico ou esporádico é normal. O alerta suege quando esse sentimento se torna algo constante e sem motivo aparente. “Deve se ter um maior cuidado quando a pessoa explode facilmente e de forma constante, se torna intolerante aos incómodos, não consegue controlar impulsos emocionais, age com agressividade e tem pensamentos destrutivos em relação aos outros ou a si mesma. Nesse caso, precisa de ajuda. Pessoas com uma alteração de humor intensa também tendem a tomar antidepressivos de forma desenfreada e sem prescrição médica. A automedicação mascara a origem do que de fato precisa ser combatido, fazendo com que a disfunção emocional e comportamental fique cada vez mais acentuada”.
4) Esquecimento
O esquecimento repentino pode estar ligado ao stress, à falta de vitaminas, ao alcoolismo e a outros fatores como a falta de atenção ou de concetração. Também pode estar relacionada à privação do sono e até à dificuldade de ficar parado. São comportamentos que podem causar distúrbios psíquicos, segundo a especialista, e é preciso estar atento para uma rotina saudável.
5) Alterações de hábitos e do humor
A ausência de apetite, a falta de vontade de comer e a diminuição de atividades físicas são também sinais de alerta. “As pessoas necessitam de atividades de lazer como leitura, cinema e atividade física além de alimentos saudáveis. Quem entra ‘numa rotina de chatice ou de trabalho’ sem trégua pode ficar doente, além de alterações de humor como stress, euforia e tristeza profunda. É preciso viver em equilíbrio”.
6) Sintomas físicos
“As pessoas com depressão possuem baixa tolerância à dor pela diminuição da produção de neurotransmissores”, indica Sandra Gaya. Além disso, os sentimentos de frustração, medo ou insegurança podem originar problemas físicos, como é o caso de alergias, gastrite, úlcera, cefaleia, prisão de ventre, suor, taquicardia e enxaqueca. Como bem lembra a especialista, a mente e o corpo formam um sistema único.
7) Baixo desempenho
“Se a pessoa está em baixo, de corpo presente e mente distante, nada a satisfaz e vê tudo negro ao redor é necessária ajuda médica de emergência. É impossível não ver os sinais, nesse caso. O suicídio, infelizmente, é uma das consequências da depressão, pode acontecer e ser motivado por uma crise existencial, quando a pessoa perde o objetivo de vida”, explica a psicóloga.