O protetor solar é um dos itens indispensáveis para um verão saudável e para uma pele protegida a longo prazo. Apesar da aplicação deste tipo de produto ser recomendada ao longo de todo o ano, é com a chegada da estação mais quente - e da intensidade dos raios ultravioleta - que o uso do protetor passa a ser fundamental.
Comprar um protetor solar que seja de boa qualidade e que satisfaça as necessidades de pele de cada pessoa - podendo ser importante comprar um para crianças e outro para adultos, por exemplo - é meio caminho andado para que o fator proteção esteja assegurado. Porém, para uma proteção total e eficaz é também preciso saber aplicar. Mas vamos por partes.
Comecemos pela escolha do protetor solar. Como nos explicou a dermatologista do IPO Mariana Cravo, o primeiro passo é saber identificar aquele que é o protetor solar mais indicado e "a escolha deve ser adequada ao tipo de pele da pessoa e ao local onde vai ser aplicado".
Num adulto, disse-nos, "normalmente o protetor solar do rosto deverá ser adequado ao tipo de pele. A maioria dos protetores solares para o corpo também têm alguma ação hidratante/emoliente que, quando aplicado na pele da face, poderá dar uma sensação de pele ‘gordurosa’ e cosmeticamente não serem tão agradáveis dando à pele um tom demasiado esbranquiçado".
Mas não é apenas a zona do corpo que interessa avaliar na hora de escolher o protetor solar. Olhar para o "tom de pele da pessoa" é igualmente importante, pois, "quanto mais clara é a pele de um indivíduo, menor a quantidade de melanina que esta possui. A melanina, que é o pigmento que dá cor à pele, tem essencialmente uma função fotoprotetora, ou seja, filtra a radiação que atinge a nossa pele, protegendo-a dos seus efeitos nefastos. Assim sendo, pessoas com pele mais clara têm menos melanina e, consequentemente, menor proteção natural ao sol. Estas pessoas devem usar um índice de proteção solar elevado".
E se o tom de pele interessa, o tipo de pele é igualmente determinante. "Há protetores solares mais indicados para cada uma destas situações, alguns deles também reclamando ter efeito na doença de base, como é o caso dos protetores para pele com rosácea, acne ou melasma. Ao aplicarmos um protetor adequado, evitamos o risco de agravar doenças cutâneas previamente existentes", referiu a médica.
No que diz respeito à aplicação do protetor, há que "aplicar na pele toda e pôr um bocadinho a mais. Afinal, não há intoxicação por protetor solar", disse-nos a dermatologista Daniela Cunha, a exercer no Hospital CUF Descobertas.
No que toca à quantidade, o ideal, explicou a médica, é usar 35 mililitros por aplicação, contudo, não há forma mais eficaz de ter a certeza da devida aplicação do que aplicar em todo o corpo, dos pés à cabeça e não esquecendo as orelhas, uma das partes do corpo mais ignoradas... mas de longe a única que não 'vê' o protetor solar.
A Time dá conta de um estudo (ainda não publicado) da Universidade de Liverpool, em Inglaterra, que sugere que as pessoas tendem a deixar cerca de 10% do rosto desprotegido, isto é, aplicam o protetor solar em apenas 90% da face. Mas se 10% sem proteção até parece ser pouco, para os investigadores não é e deixam mesmo o alerta: a parte do rosto que mais fica desprotegida é a zona em redor das pálpebras e as próprias pálpebras, responsáveis por entre 5% a 10% dos cancros de pele.
Para o estudo, os cientistas ingleses convidaram 57 pessoas a aplicar protetor solar no corpo sem qualquer tipo de recomendação de uso. Cada um dos participantes aplicou o creme no rosto como sempre o fez, uma situação que provou que as pessoas não têm a perfeita noção do quão mal podem estar a proteger a pele. E os números não enganam: 9,5% do rosto ficou sem creme, 13% das pálpebras também e 77% das pessoas não protegeu a zona em torno do nariz e dos olhos.
Contudo, destaca a Time no seu site, até mesmo quando os investigadores pediram aos participantes para repetirem o processo - isto, já depois de terem explicado como se aplica o creme - cerca de 7,7% da cara ficou desprotegida.
Para uma proteção total, o indicado é aplicar o creme protetor por fases. Ao invés de o colocar nas mãos e 'esfregar' o rosto, o melhor é aplicar primeiro na testa, indo até ao couro cabeludo, depois junto aos olhos, passando para o nariz e bochechas, parte de cima dos lábios, cantos da boca e queixo. Não esquecer as orelhas (atrás e à frente), nem o pescoço.
Para manter a pele (e a saúde) protegida, além de fazer um bom uso do protetor solar, evitar estar exposto ao sol nas horas de maior calor e radiação, entre as 11h00 e as 16h00, é também ter um aspeto a ter em conta, assim como usar uma camisola quando se está a caminhar junto ao mar, uma vez a brisa que vem do oceano arrefece o corpo e reduz a sensibilidade à intensidade do sol, tal como explica a dermatologista Daniela Cunha. Contudo, se a camisola estiver molhada, a infiltração dos raios ultravioleta é elevada.
Se ainda não escolheu o seu protetor solar, pode ficar a par de algumas das mais recentes novidades aqui. E já agora, sabia que o sol também pode ser um inimigo das alergias?