É doce e faz as delícias de miúdos e graúdos, é um dos alimentos mais antigos e também dos mais versáteis. O mel marca presença numa boa parte das casas portuguesas e a sua validade é quase eterna. Mas como é que isso é possível?
Como explica a BBC Brasil no seu site, a validade do mel é quase eterna graças, em parte, à quantidade de açúcar que compõe este alimento. Na prática, o açúcar do mel é tanto que ganha um efeito higroscópico, isto é, fica com a capacidade de absorver a humidade à volta sem se deteriorar.
Esta valência anti-humidade faz com que o mel não seja um local apropriado para micro-organismos, acabando por ficar 'limpo' de agentes que comprometem o sabor, a textura e a própria qualidade do alimento. Contudo, quanto mais tempo o mel estiver ao ar e sujeito à humidade, maior é a probabilidade de ir perdendo esta capacidade a longo prazo. Sim, é por isso que se deve guardar sempre o mel num local fresco e sempre e preferencialmente com tampa.
Mas o mel não é o melhor local para os micro-organismos se alojarem apenas devido ao seu ambiente, também a acidez deste alimento tem algo a dizer. Por ser ácido (com um pH entre os 3 e os 4,5), o mel tem a capacidade de matar todos os agentes externos que possam tentar a sua 'sorte', diz a BBC.
Além disso, o processo que dá vida ao mel - desde a colheita do néctar nas flores até à sua decomposição - contém dois agentes muito específicos, sendo um deles um antissético natural.
Segundo a BBC, depois de entrar em contacto com as enzimas digestivas (glicose oxodase) das abelhas, o néctar colhido transforma o açúcar em ácido glucónico e em peróxido de hidrogénio, aquilo a que chamamos de água oxigenada e que impede a proliferação de bactérias, germes e outros agentes prejudiciais.