Afinal o que é a solidão? E estamos cada vez mais sós ou não?
Parece ser consenso que as pessoas estão cada vez mais solitárias. Porém, este tema, relevante na época atual, dominada pela tecnologia e pelo anonimato das grandes cidades, está rodeado de mitos.
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De certeza que em alguma altura das nossas vidas já nos sentimos sós e o normal é que isso mais tarde ou mais cedo volte a acontecer.
Contudo o tema da solidão está na ordem do dia e é uma das preocupações atuais. De tal forma que, por exemplo, o Reino Unido decidiu criar um Ministério da Solidão, encarregado de atuar com outros órgãos governamentais para combater o problema.
Distinga o que é verdade e o que é mito.
Diferença entre solidão e isolamento
Sentir-se solitário não é o mesmo que estar sozinho. A solidão é uma sensação de desconexão, de não se sentir integrado ou compreendido por ninguém ao seu redor.
Ou seja, pode sentir-se só numa multidão ou numa casa cheia de gente. Como podemos isolar-nos e sentirmo-nos bem e felizes, até aliviados por termos algum tempo para nós.
Há um surto de solidão
Tendo como base estudos realizados em 1948, a professora Christina Victor, da Universidade Brunel, no Reino Unido, afirma que a proporção de pessoas que sofre de solidão crónica permaneceu estável durante 70 anos. Seis a 13 por cento, sentem-se sós constantemente ou na maioria do tempo.
Outra questão a ter em conta, é que de certa forma é ‘nomal’ que o número de pessoas solitárias aumente, já que a população mundial também está a crescer.
A solidão é sempre má
A solidão é dolorosa, mas por vezes pode constituir uma oportunidade para, por exemplo, procurarmos novos amigos ou melhorarmos os relacionamentos atuais.
O neurocientista John Cacioppo, argumenta que evoluímos para experimentar a solidão de forma a podermos manter as nossas ligações com outras pessoas.
Ao longo de milhares de anos os seres humanos sobreviveram em grupo – permanecendo em segurança ao viver em comunidade. Como tal, faz sentido ter um mecanismo de sobrevivência que nos leve a nos relacionar uns com os outros.
Nos casos em que a solidão é crónica e não temporária, as consequências podem de facto ser graves. Estudos mostram que se uma pessoa se sente solitária constantemente, o risco de ela sofrer de depressão é maior.
Os idosos são naturalmente mais solitários
Na realidade, estudos mostram que 50 a 60 por cento das pessoas mais velhas não se sentem de facto sós.
Apesar de ser comum na velhice, surpreendentemente, ao pesquisar sobre solidão, a professora Pamela Qualter, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, encontrou também um pico na adolescência.
A solidão faz mal à saúde
Estudos indicam que a solidão pode aumentar o risco de doença cardíaca e de derrames cerebrais em quase um terço e que as pessoas solitárias têm uma menor esperança média de vida.
Porém, esses estudos não são de todo conclusivos, já que os investigadores não conseguiram apontar definitivamente que a solidão fosse o fator de causalidade daquelas patologias e até de morte prematura.
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