Diz o psicoterapeuta Joseph Burgo que a vergonha é um tema delicado e sobre o qual não se quer falar, por medo ou falta de interesse. Contudo, pelo vasto tema que é, o especialista, que é autor do livro ‘Shame: Free Yourself, Find Joy, and Build True Self-Esteem’ (Vergonha: liberte-se, encontre alegria e construa auto-estima) optou por abordar a questão.
É ele quem distingue este comportamento em quatro tipos, que afetam o ser humano de diferentes formas. O primeiro tipo apontado relaciona-se com o amor não correspondido que desenvolve o sentimento de frustração e humilhação.
Esta forma de vergonha surge, no entanto, bem antes do primeiro amor, sendo reconhecida pelos bebés quando se sentem ignorados pelas mães, o que é frequente no caso de mães com depressão pós-parto que sentem dificuldade em reconhecer as emoções e expressões do próprio filho.
O segundo tipo de vergonha, segundo Burgo, advém da exposição não desejada, por exemplo, humilhação pública ou outra forma de exposição excessiva.
Desapontamento por algo não corresponder às expetativas é a terceira forma de vergonha e é frequente aos casos em que fazemos algo e falhamos, seja na vida pessoal ou profissional.
Por fim, há ainda um tipo de vergonha que se associa à exclusão. Enquanto seres sociais, queremos ser incluídos em grupos de trabalho, amigos ou mesmo numa relação. Ser posto de parte cria o sentimento de vergonha.
Apesar das diferentes situações que propiciam o sentimento de vergonha, tal vem com alguns benefícios, aponta o especialista, como a inibição que impede a confiança em excesso e o narcisismo.