Israel e Estados Unidos acusam presidente palestiniano de anti-semitismo
Norte-americanos e israelitas condenaram hoje as declarações do presidente palestiniano, Mahmud Abbas, que sugeriu que o papel social dos judeus, nomeadamente no setor bancário, esteve na origem dos massacres do passado.
© Reuters
Mundo Mahmud Abbas
O porta-voz do ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Emmanuel Nahshon, acusou Abbas de "incitar o ódio religioso e nacionalista contra o povo judeu e Israel" e o embaixador norte-americano em Israel, David Friedman, ele próprio judeu, afirmou que Abbas "desceu mais baixo do que nunca".
O presidente palestiniano sugeriu na segunda-feira, durante uma reunião política em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, que atividades dos judeus na banca tinham fomentado a hostilidade contra eles.
"Do século XI até ao Holocausto que aconteceu na Alemanha, os judeus que viviam na Europa ocidental e de leste foram alvo de massacres a cada dez ou 15 anos. Mas porque é que isso aconteceu? Eles (judeus) dizem: 'porque somos judeus'", disse Abbas perante centenas de delegados do parlamento da Organização de Libertação da Palestina (OLP).
O líder palestiniano citou depois "três livros" escritos por judeus para demonstrar que "a hostilidade contra os judeus não se deve à sua religião, mas sobretudo à sua função social" ligada à banca e aos empréstimos com juros.
O enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Jason Greenblatt, classificou as declarações de Abbas como "lamentáveis, alarmantes e muito desencorajadoras", enquanto o presidente do Parlamento israelita, Youli Edelstein, afirmou num comunicado que Abbas "vai aparecer nos livros de história como um negacionista, um provocador racista".
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