Guia supremo diz que esperava decisão e acusa Trump de mentir
O guia supremo do Irão, Ali Khamenei, afirmou hoje que esperava a decisão de Donald Trump de retirar os EUA do acordo nuclear e acusou o presidente norte-americano de ter dito "mais de dez mentiras" no seu discurso.
© Reuters
Mundo Ali Khamenei
Teerão, 09 mai (Lusa) -- O guia supremo do Irão, Ali Khamenei, afirmou hoje que esperava a decisão de Donald Trump de retirar os EUA do acordo nuclear e acusou o presidente norte-americano de ter dito "mais de dez mentiras" no seu discurso.
"Este comportamento estúpido e superficial não vai contra o que esperávamos. Este comportamento já existia na época dos anteriores presidentes" norte-americanos, afirmou o 'ayatollah'.
Ali Khamenei reiterou a posição já avançada pelo presidente iraniano, Hassan Rohani, e outros responsáveis da República Islâmica, segundo a qual os países europeus que são parte no acordo têm de dar garantias a Teerão que lhe permitam manter-se no acordo.
"Agora, diz-se que se quer continuar o acordo nuclear com os três países europeus, [mas] não confio nesses países [...]. Querem concluir um acordo, então obtenham garantias concretas, porque amanhã eles vão fazer a mesma coisa que os Estados Unidos fizeram", afirmou, dirigindo-se aos dirigentes iranianos que defendem o acordo.
Khamenei considerou por outro lado que a decisão de Trump torna inviável qualquer disposição do Irão para negociar com Washington a sua influência na região ou o seu programa de mísseis balísticos.
"Aceitámos o JCPOA (Joint Comprehensive Plan of Action, designação oficial do acordo nuclear em inglês), mas as hostilidades não acabaram. Agora mencionam a nossa posição na região e os nossos mísseis. Se aceitarmos, vão começar a criar problemas com outra questão", disse.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na terça-feira que os Estados Unidos abandonam o acordo nuclear assinado entre o Irão e o grupo 5+1, constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha.
O acordo, concluído em 2015, permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais em troca do compromisso de Teerão de limitar o seu programa nuclear a fins civis.
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