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Kremlin duvida da veracidade do testemunho de Yulia Skripal

A Presidência russa afirmou hoje ter dúvidas da veracidade do testemunho de Yulia Skripal, envenenada, juntamente com o pai, com um agente neurotóxico, a 04 de março em Inglaterra.

Kremlin duvida da veracidade do testemunho de Yulia Skripal
Notícias ao Minuto

14:50 - 24/05/18 por Lusa

Mundo Skripal

No testemunho, em vídeo, Yulia Skripal, 33 anos, afirma que a recuperação tem sido "lenta e dolorosa" e que não precisa da ajuda oferecida pela embaixada da Rússia em Londres, embora pretenda regressar ao país quando estiver restabelecida.

"Não temos nenhuma razão para acreditar nisso. Continuamos sem saber em que estado está Yulia Skripal, não sabemos se ela fez essas declarações de livre vontade ou sob pressão", disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Não sabemos onde ela está, em que condições, nem se os seus direitos estão a ser respeitados e em que medida está capaz de agir", acrescentou Peskov, qualificando o caso Skripal como uma "provocação internacional sem precedente".

Uma prima de Yulia disse à televisão estatal russa na quarta-feira à noite que a prima lhe pareceu estar a fazer uma declaração escrita por terceiros: "O texto foi decorado, quero dizer, ela não fala com emoção, fala muito rapidamente", disse Viktoria Skripal.

O Reino Unido responsabiliza a Rússia pelo ataque contra Yulia e Serguei Skripal, um ex-espião russo que se tornou agente duplo e, depois de condenado por traição na Rússia, voltou a Inglaterra na sequência de uma troca de espiões entre os dois países.

O agente neurotóxico utilizado foi identificado por um laboratório militar britânico e pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) como novichok, uma substância neurotóxica de uso militar de fabrico russo, mas a Rússia nega qualquer envolvimento no caso.

No vídeo, Yulia, falando em russo, manifesta o seu apreço aos diplomatas russos no Reino Unido, mas diz que "não está pronta" para aceitar, nesta altura, a sua ajuda.

A Rússia tem insistido que os seus diplomatas no Reino Unido sejam autorizados a visitar Yulia Skripal, que está sob proteção das autoridades britânicas, para se assegurarem de que "não está retida contra a sua vontade e não faz declarações sob coação".

Yulia teve alta do hospital a 09 de abril e o pai a 18 de maio, desconhecendo-se o paradeiro de ambos.

O caso Skripal provocou uma crise diplomática que se traduziu numa ação coordenada inédita para a expulsão de diplomatas russos de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e dois terços dos países membros da União Europeia, a que a Rússia respondeu com a expulsão de diplomatas ocidentais.

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