Rebeldes rohingya rejeitam autoria de massacre de hindus na Birmânia
Um grupo de rebeldes rohingya rejeitou o relatório da Amnistia Internacional (AI) que atribui aos guerrilheiros um massacre de população hindu na Birmânia.
© Reuters
Mundo AI
Segundo a AI, a 25 de agosto do ano pasado, um grupo de rebeldes rohingya armados tomou de assalto pelo menos uma aldeia no Estado de Rakhine, no oeste do país, onde morreram 99 hindus.
A ONG documentou os ataques do chamado Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA) com dezenas de entrevistas, incluindo a de oito sobrevicventes, e imagens analisadas por especialistas forensense.
Num comunicado publicado esta noite no seu perfil de twitter, e após quatro meses de silêncio, o ARS nega "de forma categórica todas as acusações criminais injustificáveis e negligentes mencionadas no relatório".
OS rebeldes rohingya, que agradecem à AI o seu "esforço" por defender os direitos humanos, asseguram que o único propósito do seu movimiento é "defender, salvar e proteger a comunidade rohingya" e que o objetivo dos seus ataques sempre foi o exército birmanês e não "inocentes civis, independentemente da sua religião ou origem étnica".
O êxodo dos rohingyas teve início em meados de agosto do ano passado, quando foi lançada uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.
Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, os rohingyas têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).
A campanha de repressão do exército birmanês contra esta minoria já foi classificada pela ONU como uma limpeza étnica e como uma das crises humanitárias mais graves do início do século XXI.
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