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Principal federação muçulmana da Áustria indignada com fecho de mesquitas

A principal federação muçulmana da Áustria (IGGÖ) mostrou-se hoje "indignada" face à decisão do Governo de encerrar sete mesquitas e de ameaçar expulsar dezenas de imãs em nome da luta contra o "islamismo político".

Principal federação muçulmana da Áustria indignada com fecho de mesquitas
Notícias ao Minuto

17:42 - 10/06/18 por Lusa

Mundo Viena

A IGGÖ acusa a coligação de direita/extrema-direita liderada pelo chanceler Sebastian Kurz de "querer desacreditar a comunidade religiosa por calculismo político", indicou o presidente da federação, Ibrahim Olgun, em comunicado.

Ibrahim Olgun acredita que o anúncio do Governo austríaco não é "apropriado para controlar o Islão político, mas acabará por levar a um enfraquecimento das estruturas da comunidade muçulmana na Áustria".

Considera ainda que o Governo não forneceu uma "justificação objetiva" para determinar o encerramento de sete mesquitas na Áustria, quatro das quais na capital do país.

O presidente da principal federação muçulmana na Áustria acusa ainda o Governo austríaco de não ter informado o organismo a que preside da decisão e de ter convocado uma conferência de imprensa à última da hora, na passada sexta-feira, numa altura em que decorre o mês sagrado do Ramadão.

Contudo, o Governo austríaco gaba-se de querer colaborar com a IGGÖ, acrescenta.

O responsável da federação defende que as soluções devem ser encontradas no âmbito de negociações conjuntas e não elaborados unilateralmente "nas costas da minoria muçulmana", sublinha no documento.

A federação realizará a sua própria auditoria junto dos locais de culto assim como das pessoas em causa e colocará questões ao Ministério dos Cultos, acrescenta o documento da IGGÖ.

Na sexta-feira, o executivo austríaco, formado pelo partido social-democrata ÖVP e pelo ultranacionalista FPÖ, anunciou o encerramento de sete mesquitas e a expulsão de dezenas de imãs que recebem salários do estrangeiro, supostamente da Turquia.

O Governo austríaco pondera expulsar, pelo menos, 40 imãs com salários pagos a partir da Turquia, o que viola a lei islâmica vigente, adotada em 2015.

No sábado, a Comunidade de Culto Muçulmano da Áustria (IGGiÖ) transmitiu o seu apoio ao encerramento de várias mesquitas, acusadas de extremismo, decidido pelo Governo austríaco, mas criticou o momento escolhido, quando decorre o mês sagrado do Ramadão.

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