República Centro-Africana quer que ONU a deixe comprar armas à China
A República Centro-Africana pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que a autorize a comprar armas à China para as suas forças armadas e policiais, segundo cópia do pedido consultado pela AFP.
© Reuters
Mundo Armamento
A ministra da Reconstrução das Forças Armadas, Marie-Noelle Koyara, solicitou uma exceção ao embargo sobre armas, para os materiais em causa, a saber, veículos blindados, metralhadoras e granadas de gás lacrimogéneo.
"Estes meios dedicados à manutenção da ordem fazem falta ao equipamento das unidades e não permitem satisfazer os objetivos de manutenção da ordem pública nem da imposição da autoridade do Estado e o imperativo de proteção das populações", escreveu Koyara.
"Esta solicitação decorre também da constatação da insuficiência dos meios e das forças, face à dinâmica e à recrudescência dos grupos armados, cujas atividades ilegais constituem uma ameaça à paz civil", explicou.
O Conselho de Segurança impôs um embargo às armas em 2013, quando a República Centro Africana caiu no caos depois de confrontos generalizados.
Em 2017, a comissão encarregada das sanções no seio da instituição tinha levantado as restrições ao fornecimento de armas russas à República Centro-Africana.
As armas que agora estão em causa são chinesas. Trata-se de 12 veículos blindados e quatro de assalto, 50 pistolas, seis espingardas de precisão, 10 de assalto e 30 metralhadoras de vários calibres.
Várias munições somam-se à lista de armas, a saber, 725 mil cartuchos, 15 mil granadas de gás lacrimogéneo, 300 rockets e 400 munições anti-carro.
Este país tem no seu território duas missões internacionais de assistência militar, uma europeia e outra da própria ONU, designada Minusca, tendo já sido mortos cinco capacetes azuis este ano.
Na República Centro-Africana, o Estado controla uma escassa parte do território.
Os grupos armados confrontam-se pelo controlo dos recursos do país, como diamantes, ouro e gado.
Portugal é um dos países que integra a Minusca, tendo, no início de março, a 3.ª Força Nacional Destacada - composta por 138 militares, dos quais três da Força Aérea e 135 do Exército, a maioria oriunda do 1.º batalhão de Infantaria Paraquedista -, partido para a República Centro-Africana.
Estes militares juntaram-se aos 21 que já estavam no terreno, sediados no aquartelamento de Bangui, desde 18 de fevereiro.
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