Justiça rejeita divulgar informação que CIA deu sobre Bin Laden
A justiça norte-americana recusou divulgar as informações que a CIA forneceu aos produtores do filme “Zero Dark Thirty”, indicou hoje fonte judicial.
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Mundo CIA
O juiz federal Rudolph Contreras indeferiu, numa decisão datada de 28 de agosto, o pedido da organização não-governamental 'Judicial Watch', que reclamava a divulgação dos nomes das personalidades mais importantes da perseguição a Usama bin Laden, que a CIA (serviços secretos externos norte-americanos) e o Pentágono forneceram aos realizadores da longa-metragem.
O magistrado considera que os nomes de quatro responsáveis da CIA e de um membro do comando, embora dados à realizadora Kathryn Bigelow e ao argumentista Mark Boal durante os preparativos da rodagem, não são mencionados no filme e, em consequência, “não pertencem ao domínio público”.
No argumento apresentado, o departamento de Justiça norte-americano considerara que a sua divulgação representaria “um risco inútil para a segurança e os serviços secretos”.
A 'Judicial Watch' anunciou que vai recorrer da decisão, indicando, em comunicado, ter fornecido documentos que mostram que “a administração Obama deu aos realizadores de Hollywood um acesso fora do habitual a informações secretas, incluindo os nomes de agentes da CIA envolvidos no raide contra Bin Laden”.
“O Governo queria facilitar a realização do filme que traça um retrato fiel das pessoas envolvidas na perseguição a Bin Laden”, acrescenta o advogado da organização, Chris Fedeli.
Num litígio semelhante, um dos acusados dos atentados de 11 de setembro exigiu à justiça militar de Guantanamo saber tanto como os realizadores de Hollywood.
A este acusado, o paquistanês Ali Abd al-Aziz Ali, conhecido como Ammar al-Baluchi e identificado na longa-metragem como o prisioneiro submetido a atos de tortura numa prisão secreta da CIA, juntaram-se, neste recurso, outros co-acusados.
“Não é porque um juiz decidiu que a CIA pode esconder do público informações sobre ‘Zero Dark Thirty’ que a acusação pode esconder as mesmas informações aos defensores do senhor Al-Baluchi”, declarou James Connell, o advogado de Al-Baluchi, numa reação à decisão de Contreras.
“Esta reivindicação é justificada: os Estados Unidos forneceram mais informações aos produtores de ‘Zero Dark Thirty’ sobre o tratamento do senhor al-Baluchi na prisão da CIA do que à defesa”, defende o advogado no recurso que apresentou.
O jurista juntou ao documento os primeiros 20 minutos do filme, nos quais se vê um homem interrogado nu e sob tortura, submetido a sessões de simulação de afogamento, preso com uma coleira de cão ao pescoço e fechado num caixão.
O detido responde pelo nome próprio de Ammar e é apresentado como o sobrinho do autoproclamado cérebro dos atentados do 11 de Setembro, Khaled Cheikh Mohammed, atualmente presente num tribunal militar de exceção em Guantanamo.
“A acusação não forneceu qualquer informação sobre a detenção do senhor Al-Baluchi, o seu aprisionamento e os seus interrogatórios” antes de setembro de 2006, ao passo que “documentos mostram” que a CIA os forneceu para a realização do filme, acrescenta-se no recurso, que deverá ser analisado numa próxima audiência em Guantanamo, na semana de 16 de setembro.
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