Pelo menos seis pessoas foram feridas quando homens armados dispararam sobre um grupo de manifestantes na zona sudoeste da capital Manágua, ocupada por um grupo paramilitar, referiu a agência noticiosa France-Presse.
A 'Marcha das Flores' é a primeira manifestação de massas após o protesto organizado em 30 de maio no decurso da Festa das mães em solidariedade com os pais das crianças e adolescentes mortos nos protestos, e que terminou com violência e um balanço de 18 vítimas.
A Nicarágua regista desde 18 de abril uma vaga de protestos inédita desde há décadas, centrada na exigência da demissão do Presidente Daniel Ortega e da sua mulher e vice-presidente Rosario Murillo, acusados de confiscação do poder e atentados às liberdades.
O país está envolvido numa espiral de violência, com um agravamento dos confrontos de rua entre milícias paramilitares e opositores ao regime de Ortega.
Antigo guerrilheiro de esquerda, que em 1979 derrubou a ditadura de Anastasio Somoza, Ortega, 72 anos, dirige a Nicarágua desde 2007 após uma primeira passagem pelo poder deste país da América central entre 1979 e 1990.
O diálogo entre o Governo e a Aliança cidadã para a justiça e a democracia, com mediação da Igreja católica, foi retomado na segunda-feira, mas permanece bloqueado. Daniel Ortega, cujo terceiro mandato consecutivo termina em janeiro de 2022, continua a recusar a reivindicação da oposição sobre a antecipação para 2019 das eleições presidenciais de 2021.
As autoridades denunciam as manifestações e o pedido de demissão de Ortega como uma "tentativa de golpe de Estado" apoiada pelos Estados Unidos.