"Fiquei surpreendido por Trump dizer que a Europa era inimiga dos EUA"
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, manifestou hoje em Madrid a sua "surpresa" pela forma hostil como o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreve a Europa, como se fosse "inimiga" dos norte-americanos.
© Reuters
Mundo Jean-Claude Juncker
"Fiquei surpreendido por Trump dizer que a Europa era inimiga dos Estados Unidos", afirmou Juncker numa palestra na Fundação Carlos de Amberes, acrescentando ter crescido a "pensar de forma inocente", que os dois blocos eram "como irmãos".
O presidente da Comissão Europeia desloca-se na próxima semana a Washington para se encontrar com o Presidente dos Estados Unidos.
Numa intervenção que fez antes do discurso de Juncker, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, pediu-lhe para que deixe claro a Trump que a União Europeia não é inimiga de ninguém e é amiga dos Estados Unidos.
O Presidente norte-americano disse no princípio desta semana que a União Europeia, a Rússia e a China são inimigos dos Estados Unidos.
"Eu penso que temos muitos inimigos. Acho que a União Europeia é um inimigo, tendo em conta o que eles fizeram connosco no que respeita ao comércio", declarou Donald Trump.
Na quarta-feira, o Presidente norte-americano voltou a ameaçar castigar a União Europeia em matéria comercial, especialmente no setor automóvel, uma semana antes de receber o presidente da Comissão Europeia.
"Dizemos que se não negociarmos algo justo, temos uma tremenda capacidade de castigo que não queremos usar, mas temos grandes poderes", declarou Donald Trump durante uma reunião com os seus ministros na Casa Branca, para preparar o encontro com Jean-Claude Juncker.
O presidente da Comissão Europeia reconheceu hoje que o sistema de comércio internacional "vive um momento difícil", defendendo que a comunidade internacional deve "resistir ao charme de um unilateralismo irrefletido".
"É preciso continuar a procurar acordos comerciais bem pensados e que respeitem os nossos valores e princípios", disse o presidente do executivo comunitário, acrescentando que, depois de Trump ter sido eleito, "todos querem assinar acordos comerciais com a Europa".
No discurso sobre as "Novas perspetivas para o futuro da Europa", Juncker também indicou haver "motivos de preocupação" com o regresso do nacionalismo nalguns países europeus.
"Trata-se de uma tendência perigosa", que pode conduzir à "guerra", mas "espero que seja um momento breve na história europeia", disse o presidente da Comissão Europeia.
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