Paul Manafort, ex-diretor de campanha do atual presidente dos Estados Unidos, foi considerado culpado de oito acusações de evasão fiscal e fraude bancária, diz a AP. O juiz federal T.S. Ellis III, num tribunal do estado da Virgínia, declarou a anulação do julgamento das restantes 10 acusações de que Manafort era alvo, uma vez que os membros do júri não conseguiram chegar a um veredicto unânime.
O consultor político, recorde-se, era acusado de esconder milhões de dólares ao fisco dos EUA, que obteve pelos serviços de assessoria a políticos apoiados pela Federação Russa na Ucrânia, e depois de mentir aos bancos para conseguir empréstimos.
Este é o primeiro resultado efetivo da investigação levada a cabo pelo procurador especial Robert Mueller sobre a eventual ingerência russa nas presidenciais norte-americanas de 2016.
O norte-americano, de 69 anos de idade, entregou-se às autoridades em outubro do ano passado, na sequência dessa investigação.
O julgamento, no entanto, incidiu, sobretudo, sobre os crimes financeiros de que Manafort era acusado, no âmbito do trabalho de consultoria que fez para a Ucrânia.
A deliberação do júri sobre este caso durou quatro dias, tendo o veredicto sido anunciado esta terça-feira, depois de duas semanas de apresentação de provas por parte dos procuradores. As implicações deste veredicto estão muito além dos crimes financeiros de Manafort e ajudam a levantam o pano sobre a polémica em torno da campanha de Donald Trump e as suas alegadas ligações ao Kremlin.