Parlamento australiano suspende trabalhos devido a crise no Governo
O parlamento australiano votou hoje a favor de uma suspensão dos trabalhos até 10 de setembro, confirmando a crise da liderança do Partido Liberal e no Governo, que poderá levar ainda hoje à queda do primeiro-ministro.
© Reuters
Mundo queda
"Vergonha, vergonha, vergonha", gritaram vários dos deputados da oposição trabalhista que, após uma vitória pela margem mínima (dois votos) a favor da interrupção dos trabalhos.
A votação ocorreu com grande parte dos lugares do Governo vazios, tendo Turnbull e alguns ministros - muitos deles já demissionários - entrada na sala do parlamento apenas para apoiar a suspensão dos trabalhos.
A imprensa australiana referiu que a interrupção poderá ter salvo o Governo de uma moção de censura ao executivo que os trabalhistas se preparavam para apresentar.
"Não foi o parlamento que falhou. Foi o Governo liberal de Turnbull (...) que falhou. O país não precisa de um líder liberal diferente. Precisa de um Governo diferente no país", afirmou Bill Shorten, líder da oposição trabalhista, crítico perante a votação.
A decisão oconteceu numa altura de grande tensão política no partido do Governo australiano, com três ministros australianos a anunciarem hoje que o primeiro-ministro Malcolm Turnbull perdeu o apoio do Governo e que deve ser realizada uma votação interna para eleger um novo líder rapidamente.
Mathias Cormann, Michaelia Cash e Mitch Fifield divulgaram as suas posições no dia em que o ex-ministro Peter Dutton defendeu que os parlamentares do conservador Partido Liberal devem eleger um novo primeiro-ministro.
Cormann, o ministro das Finanças, declarou publicamente seu apoio a Turnbull na quarta-feira, mas hoje disse que Dutton deveria liderar o Governo.
"Eu queria continuar a apoiar Malcolm Turnbull nos próximos anos como líder do Partido Liberal. (...) Quando eu tenho cinco colegas [do Governo] que me dizem que apoiaram Malcolm na terça-feira ... mas que mudaram de posição, isso não é algo que eu possa ignorar", disse Mathias Cormann aos jornalistas.
Fontes liberais admitem que Scott Morrison, atual ministro do Tesouro e considerado próximo a Turnbull, se poderá apresentar como candidato para a liderança contra Dutton.
Pelo menos dez ministros australianos chegaram a apresentar a demissão na quarta-feira, um golpe para o primeiro-ministro Malcom Turnbull, que tinha vencido na terça-feira uma votação interna do Partido Liberal pela liderança do Governo.
Malcolm Turnbull obteve 48 votos, contra 35 do ministro do Interior, Peter Dutton, que renunciou ao cargo, mas que se mantém como deputado.
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