Os 150 migrantes a bordo do navio Diciotti iniciaram uma greve de fome para tentarem por fim à espera sem fim à vista a que têm estado sujeitos.
Recorde-se que o navio Diciotti tem estado parado em Catania sem poder desembarcar. Havia inicialmente 177 migrantes a bordo mas 27 adolescentes tiveram autorização para desembarcar na passada quarta-feira. Ainda antes deste desembarque, já 13 crianças tinham sido retiradas pela guarda costeira. A restante população a bordo da embarcação continua à espera enquanto Itália mantém pressão sobre Bruxelas.
Hoje mesmo, o vice-primeiro-ministro italiano, Luigi di Maio, exigiu que a União Europeia dê hoje uma solução para a distribuição dos migrantes do navio Diciotti. Se Bruxelas não apresentar uma solução, a Itália ameaça cortar a sua contribuição para o orçamento europeu. Itália é o terceiro país que mais contribui para o Orçamento comunitário, surgindo atrás apenas da França e Alemanha.
O novo governo italiano tem levado a cabo políticas que visam impedir a chegada de migrantes sem documentos ao país, nomeadamente bloqueando a chegada de barcos que navegam as águas do mar Mediterrâneo.
Matteo Salvini, o ministro do Interior e a figura mais ativa do novo executivo italiano para as questões das migrações, reagiu no Twitter à greve de fome escrevendo que os migrantes podem "fazer o que entenderem". Há cinco milhões de pobres em Itália, entre eles 1,2 milhões de menores, quem fazem "greve de fome" de forma involuntária, "todos os dias", sem receberem a mesma atenção, acrescentou.
Immigrati della #Diciotti in sciopero della fame?Facciano come credono.In Italia vivono 5 milioni di persone in POVERTÀ assoluta (1,2 milioni di BAMBINI) che lo sciopero della fame lo fanno tutti i giorni, nel silenzio di buonisti, giornalisti e compagni vari.#primagliitaliani pic.twitter.com/Y4Ld2STvTr
— Matteo Salvini (@matteosalvinimi) August 24, 2018