Irão abandonará acordo nuclear se este não proteger os seus interesses
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, alertou hoje para a possibilidade de Teerão abandonar o acordo sobre o seu programa nuclear assinado em 2015 se com ele "não se puder proteger os interesses" do país.
© Reuters
Mundo Ali Khamenei
O Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla inglesa), nome oficial do acordo entre o Irão e seis potências (Estados Unidos, Rússia, China, Alemanha, Reino Unido e França), "não é um objetivo, é um meio, e naturalmente abandoná-lo-emos se chegarmos à conclusão de que com ele não é possível proteger os interesses nacionais", disse Khamenei numa reunião com o Presidente iraniano, Hassan Rohani, e o seu Governo, segundo a agência local ISNA.
Após a retirada dos Estados Unidos do pacto, em maio deste ano, o Irão não deve ter "muitas esperanças", na opinião de Khamenei, nas tentativas da Europa para salvar o acordo que levantava as sanções ao país em troca de o seu programa nuclear se limitar a fins estritamente civis.
Apesar de o líder religioso iraniano considerar que "não há problemas em manter as relações e continuar as negociações com a Europa", defendeu na reunião com Rohani e o seu executivo que há que contemplar as promessas europeias com "algum ceticismo".
"Os europeus devem compreender, de acordo com as expressões e ações dos responsáveis do Governo iraniano, que as suas decisões terão como consequência as medidas e reações apropriadas por parte da República Islâmica", sublinhou.
Por outro lado, Khamenei excluiu qualquer negociação "a qualquer nível" com os Estados Unidos.
"O resultado de negociar com anteriores autoridades norte-americanas que pelo menos queriam aparecer terminou por ali", observou.
Rohani salientou que o Governo do atual Presidente norte-americano, Donald Trump, tem "a espada em riste contra os iranianos" e perguntou: "Então, que negociações podemos manter?".
"Portanto, não levaremos a cabo negociações com os Estados Unidos a nenhum nível", insistiu.
Em maio, Washington anunciou a sua retirada do acordo nuclear e impôs novas sanções ao Irão, cujo primeiro pacote entrou em vigor este mês, ao passo que o segundo, que inclui o setor energético, vital para o país, será aplicado em novembro.
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