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Governo espanhol condena ataque contra Jair Bolsonaro

O Governo espanhol condenou hoje o ataque contra o candidato da extrema-direita à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro, que foi esfaqueado na quinta-feira durante uma ação de campanha, e desejou-lhe uma rápida recuperação.

Governo espanhol condena ataque contra Jair Bolsonaro
Notícias ao Minuto

20:30 - 07/09/18 por Lusa

Mundo Candidatos

Em comunicado, o Ministério dos Assuntos Exteriores espanhol repudia "este tipo de atos que não podem caber em democracia".

O executivo espanhol manifestou o desejo de que o processo eleitoral "se mantenha na via pacífica e na forma democrática que tem caracterizado sempre as eleições no Brasil".

Jair Bolsonaro está consciente e "em boa condição clínica", segundo o último boletim clínico partilhado pelo centro hospitalar de São Paulo.

O próprio candidato anunciou nas redes sociais que está bem.

Segundo uma sondagem divulgada na quinta-feira - a primeira após o Tribunal Superior Eleitoral ter rejeitado a candidatura de Lula da Silva (PT) -, Jair Bolsonaro lidera a corrida eleitoral de outubro, com 22% das intenções de voto.

Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar -- regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, Bolsonaro iniciou a carreira política adotando posições extremadas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.

Ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.

Na campanha, Bolsonaro defende os valores tradicionais da família cristã e o porte de armas, e 'prega' que o combate à violência no Brasil, país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017, deve ser feito de forma violenta pelas autoridades.

Entre as propostas mais polémicas para a área de segurança pública está a implantação de uma figura jurídica no sistema legal que impediria o julgamento criminal de homicídios cometidos por polícias em serviço.

O candidato declarou, também, que se for eleito não vai aplicar recursos do Governo em instituições que atuam em defesa dos direitos humanos, afirmando pretender retirar o Brasil do Comité de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Bolsonaro foi acusado pela Procuradoria-Geral do Brasil do crime de racismo, em 2016, quando comparou com animais os descendentes de negros africanos que fugiram antes da abolição da escravatura e vivem em comunidades rurais demarcadas no interior do Brasil.

O candidato também responde num processo por declarações homofóbicas, feitas num programa de televisão, e é investigado por suposta apologia ao crime de tortura.

A última acusação baseia-se na homenagem que fez ao coronel Brilhante Ustra, reconhecido torturador brasileiro, no momento em que votava a favor da destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff, que anos antes de entrar para a política foi presa e torturada durante a ditadura militar.

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